Telegramas norte-americanos também se ocuparam de questões bizarras
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.2
DATA: 2010-12-05
SUMÁRIO: Chips em detidos de Guantánamo, debate sobre ursos alemães ou o whiskey do Iémen... Aqui ficam algumas das revelações mais estranhas da WikiLeaks.
TEXTO: Arábia Saudita e os chipsO Rei Abdullah, da Arábia Saudita, sugeriu ao conselheiro contraterrorismo do Presidente norte-americano, Barack Obama, que implantasse cirurgicamente chips de localização nos detidos que seriam libertados da prisão norte-americana em Guantánamo, conta o diário norte-americano "Christian Science Monitor", com base nos telegramas divulgados pela WikiLeaks. Afinal, argumentou Abdullah com John Brennan, isso é feito frequentemente com cavalos e falcões. A resposta de Brennan: “Os cavalos não têm bons advogados. ”Whiskey contrabandeado no Iémen, só se for de qualidadeO Presidente do Iémen, Ali Abdullah Saleh, disse ao general norte-americano David Petraeus estar preocupado com contrabando de armas e drogas vindas do Djibouti, relata o "Christian Sciente Monitor". Mas queria passar uma mensagem para o Presidente do país vizinho: “Diga a Ismail Guelleh que não me importo se ele contrabandear whisky para o Iémen”, afirmou Saleh, ponto apenas uma condição: “Mas só se for bom whiskey. ”Os (maus) modos do príncipe AndréA monarquia britânica também sofre com as divulgações do Cablegate. Num telegrama, um diplomata norte-americano relata um encontro com o príncipe André, num hotel no Quirguistão em 2008, em que o duque falou mal dos jornalistas de investigação, das forças anti-corrupção do Reino Unido, da atitude francesa em relação à corrupção e ainda troçou da ignorância americana em relação à geografia. Tudo em “linguagem obscena no melhor estilo britânico”, comentou o diplomata, citado pelo "New York Times". O telegrama deu manchetes na imprensa e o tablóide britânico "Daily Mirror" não hesitou em chamar “Duke of Yuk” ao duque de York. A morte do urso alemãoUm dos assuntos a receber atenção dos telegramas vindos da Alemanha em 2006 foi a novela à volta de Bruno, o primeiro urso selvagem a entrar na Alemanha em 170 anos, que acabou morto por caçadores na Baviera, diz a revista alemã “Der Spiegel”. As declarações do governador bávaro, Edmund Stoiber, foram restransmitidas a Washington pelo consulado de Munique. Stoiber discorreu sobre as várias categorias de ursos – “o urso normal, o urso maldoso e o urso problemático”. Disse que a Baviera teria “todo o gosto em acolher” o “urso normal”, “um urso que normalmente vive na floresta, não sai de lá e mata provavelmente uma ou duas ovelhas por ano”. No entanto Stoiber declarou que Bruno, que tinha vindo dos Alpes italianos, era “um urso problemático”. E assim, foi abatido. Análise dos diplomatas: o urso foi abatido porque não estava disposto a “adaptar-se à cultura e tradições alemãs”, como exige aos imigrantes repetidamente o ministro do Interior da Baviera. E os alemães, concluíram , apesar da capa ecológica e “verde”, ainda tem dificuldade em aceitar “natureza não domada”. Kadhafi, do flamenco à tenda na ONUOs telegramas norte-americanos revelaram ainda mais excentricidades do líder líbio do que as que já eram agora conhecidas. Num dos episódios, ocorrido em Novembro do ano passado, dá-se conta de um Muammar Kadhafi em fúria por não o terem autorizado a erguer a sua tenda beduína perto da ONU em Nova Iorque - o que viu como uma “humilhação”. Assim, deixou material nuclear guardado por apenas uma pessoa e ameaçou não o enviar para ser destruído, como tinha prometido. O potencial desastre nuclear acabou no entanto por se resolver, e Kadhafi deu autorização a que o urânio seguisse para a Rússia. Um outro detalhe no telegrama sobre as “excentricidades” de Kadhafi mencionava, entre outras, o facto de o líder líbio ser um grande fã de flamenco.
REFERÊNCIAS: