Hu Jintao avisa que a crise entre as Coreias pode descontrolar-se
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-12-06
SUMÁRIO: As tensões na península coreana podem ficar fora de controlo se a crise não for bem orientada, avisou hoje o Presidente chinês, Hu Jintao, ao seu homólogo norte-americano, Barack Obama.
TEXTO: Na actual situação, se não forem resolvidas apropriadamente, as tensões poderão aumentar na península coreana ou ficar fora de controlo, o que não será do interesse de ninguém”, afirmou Hu, de acordo com uma declaração do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros. “A tarefa mais premente no presente é lidar calmamente com a situação”, adiantou. Esta foi a primeira vez que Hu e Obama falaram desde que a Coreia do Norte atacou uma ilha sul-coreana, há 13 dias. As palavras do líder chinês foram interpretadas como uma tentativa de mostrar que Pequim não alinhou com Pyongyang, apesar de não ter condenado o ataque, refere a Reuters. Por seu lado, Obama exortou Pequim, o principal aliado da Coreia do Norte, a colaborar com os EUA e outros países para “enviar uma mensagem clara ao regime de Kim Jong-il de que as suas provocações são inaceitáveis”, lê-se num comunicado da Casa Branca citado pela AFP. “O Presidente insistiu na necessidade de a Coreia do Norte acabar com o seu comportamento provocador e de cumprir as suas obrigações internacionais, nomeadamente no que se refere à declaração dos Seis de 2005” sobre o congelamento do programa nuclear. Os dois líderes realçaram também a importância de uma cooperação para “atingir objectivos partilhados”, ou seja, a desnuclearização da península coreana. Hoje, os chefes da diplomacia dos EUA e dos seus aliados japoneses e sul-coreanos irão reunir-se para debater o incidente que causou dois mortos militares e dois civis – e que é visto por muitos como o mais grave desde o fim da guerra da Coreia (1950-1953) que terminou com a assinatura de um armistício e sem acordo de paz. Os responsáveis chineses não foram convidados para o encontro em Washington, apesar de Pequim ser o anfitrião das negociações sobre o programa nuclear da Coreia do Norte. O telefonema de Obama a Hu pode ser uma tentativa de evitar a percepção de que a reunião entre a Coreia do Sul, os EUA e o Japão serve para formar um bloco contra a China, a Rússia e a Coreia do Norte, comentou à Reuters Sun Zhe, director do Centro de Relações Sino-americanas da Universidade de Tsinghua, em Pequim. Desde o incidente na ilha de Yeonpyeong (dois dias depois de a Coreia do Norte ter revelado avanços no programa nuclear) que a China tem pedido um regresso às conversações a seis. Mas os EUA, a Coreia do Sul e o Japão rejeitaram a proposta chinesa. Afirmam que apenas regressarão à mesa negocial se Pyongyang enviar sinais de que pretende realmente suspender o seu programa nuclear. A conversa entre os dois Presidentes decorreu enquanto a Coreia do Sul realizava novos exercícios navais, com disparos reais, desafiando vários avisos lançados pelo vizinho do Norte. O diário “Washington Post” apontava hoje para uma mudança de abordagem da Administração norte-americana face à China, que passará pela crítica em privado a Pequim por ter permitido que a Coreia do Norte tenha lançado um programa de enriquecimento de urânio e ataques contra o Sul. Um alto responsável afirmava ao jornal que Washington está a redefinir políticas com o Japão e a Coreia do Sul para ajudar a formar um bloco “anti-China no Nordeste Asiático que os responsáveis dizem não desejar, mas que poderá ser necessário”. O diário adianta que as autoridades norte-americanas têm acusado a China de fechar os olhos às violações norte-coreanas das resoluções da ONU, acordos internacionais e armistício que Pequim ajudou a negociar.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU EUA