Berlusconi usou dinheiro do Estado para levar actriz ao Festival de Veneza
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-12-07
SUMÁRIO: O primeiro-ministro italiano está a ser investigado por, alegadamente, usar dinheiro do Estado para levar a actriz Michelle Bonev ao Festival de Cinema de Veneza, onde ela também receberia “algum tipo de prémio”, noticia o diário britânico “The Guardian”.
TEXTO: No total, Berlusconi terá gasto 400 mil euros, não só para financiar a viagem da actriz búlgara a Itália, mas também para pagar ao director do Festival de Cinema de Veneza, que criou um prémio específico para entregar a Bonev. O caso passou-se na edição deste ano do festival italiano, um dos acontecimentos cinematográficos mais importantes na Europa, onde Michelle Bonev, amiga pessoal de Berlusconi, foi distinguida com o prémio especial pela sua contribuição para os direitos das mulheres, pelo filme “Goodbye Mamma”. Segundo o “Guardian”, a investigação tem por base uma chamada telefónica entre o ministro da Cultura italiano, Sandro Bondi, e o vice ministro do Cinema Nicolo Boreli, no decurso da qual Bondi disse que Berlusconi ordenou que o filme de Bonev fosse exibido em Veneza e que a actriz recebesse “algum tipo de prémio”. No entanto, o ministro da Cultura nega que o governo tenha pago a visita da búlgara. “Não pagámos nem um cêntimo”, sublinhou. Michelle Bonev viajou para Itália numa comitiva de 40 pessoas, encabeçada pelo ministro da Cultura búlgaro, Vezhdi Rashidov, que garantiu que a Itália suportou todas as despesas. A actriz, por seu turno, disse que pagou a sua viagem e a da delegação. A agência noticiosa búlgara Novinite escreveu que “Goodbye Mamma”, filme de que Bonev é protagonista, nunca chegou a ser exibido em Veneza e nem na Bulgária o filme e a actriz são conhecidos. A imprensa italiana noticia ainda que o canal RAI, controlado pelo Governo de Berlusconi, pagou 1 milhão de euros pelos direitos de transmissão do filme “Goodbye Mamma”, um preço muito elevado para um filme desconhecido. O director de cinema daquela estação televisiva disse que o director-geral, Mauro Masi, nomeado para o cargo por Berlusconi, recomendara a compra do filme. Masi nega. Este é mais um dos escândalos em que Berlusconi se vê, aparentemente, envolvido. Se as notícias forem confirmadas, o festival de cinema mais antigo do mundo perde credibilidade e reputação. A organização recusa comentar o caso.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos cultura mulheres