Ministro australiano dos Negócios Estrangeiros culpa EUA pelas fugas da WikiLeaks
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.06
DATA: 2010-12-08
SUMÁRIO: O ministro australiano dos Negócios Estrangeiros, Kevin Rudd, apontou directa responsabilidade aos Estados Unidos pelas fugas de informação sobre centenas de milhares de email diplomáticos obtidos pela WikiLeaks, isentando de culpas o fundador do website, Julian Assange.
TEXTO: Asseverando que Assange, cidadão australiano, vai receber apoio do consulado no Reino Unido, onde ontem ficou detido após se entregar às autoridades britânicas no âmbito de uma investigação em que é suspeito de prática de crimes sexuais na Suécia, Rudd defendeu que a divulgação dos telegramas diplomáticos põe em xeque a segurança dos Estados Unidos, mas que é sobre os ombros de Washington que “pesam as responsabilidades”. “A responsabilidade central e, assim, também a imputabilidade legal fica com aqueles que são responsáveis pela fuga inicial não autorizada. E acho que há várias questões que se colocam sobre a eficiência dos sistemas de segurança [dos Estados Unidos] e sobre os níveis de acesso que as pessoas têm àquele tipo de material confidencial”, avaliou Rudd, numa entrevista à agência noticiosa britânica Reuters. O chefe da diplomacia australiana distancia-se com estas declarações da avaliação feita dias antes pela primeira-ministra, Julia Gillard (que, de resto o substituiu em Junho passado na liderança do Governo), segundo a qual a divulgação dos mais de 250 mil e-mails diplomáticos trocados entre embaixadas e o Departamento de Estado norte-americano por parte da WikiLeaks foi um acto “grosseiramente irresponsável”. Rudd confirmou ainda que Assange contactou ontem o consulado australiano em Londres, tendo então solicitado apoio face à decisão do tribunal de Westminster de o manter em detenção provisória até 14 de Dezembro enquanto a justiça delibera sobre o pedido de extradição apresentado pela Suécia contra o australiano. “Vamos dar-lhe esse apoio, como o fazemos com todos os cidadãos australianos”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, em declarações à rádio ABC. Entretanto, o advogado das duas mulheres suecas que acusam Assange, de 39 anos, de crimes sexuais (supostamente praticados em meados de Agosto deste ano, quando o australiano participou numa série de conferências na Suécia) veio garantir hoje que as suas clientes “não estão envolvidas em “nenhuma conspiração politicamente motivada”:“Nada disto tem a ver com a WikiLeaks ou a CIA”, afirmou. Em conferência de imprensa Claes Borgstrom reiterou que os testemunhos prestados pelas duas queixosas são “credíveis” e estimou que existem “mais de 50 por cento de hipóteses” de a Suécia formular oficialmente as acusações contra Assange.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave tribunal mulheres