China atribui prémio da paz na véspera da entrega do Nobel
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-12-09
SUMÁRIO: Pequim voltou a insistir na retórica contra a atribuição do Nobel da Paz ao dissidente chinês Liu Xiaobo, na véspera da entrega do prémio, amanhã, em Oslo. E, pela primeira vez, instituiu um prémio anual que diz ser uma versão oriental – mas não uma resposta – da celebração da paz.
TEXTO: A cerimónia do Nobel está votada ao “fracasso” e essa é a opinião da “esmagadora maioria das pessoas no mundo”, criticou a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Jiang Yu, no mesmo dia em que Pequim deu outro sinal de contestação ao Nobel, com a atribuição do primeiro Prémio da Paz Confúcio. Dezanove países não vão estar presentes na cerimónia de entrega do Nobel na capital norueguesa, mas – diz o Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros – e mais de uma centena terá manifestado a Pequim apoio contra a atribuição do galardão a Liu, cujos familiares e amigos estão também impedidos de sair da China para receber o galardã em seu nome. Para a porta-voz do ministério, a reacção recebida pela China é sinónimo de que “as pessoas do Comité do Nobel devem admitir que são uma minoria” em relação à opinião do “povo chinês” e da maioria “das pessoas no mundo”, que se opõem à entrega ao dissidente condenado a 11 anos de prisão pelas autoridades chinesas no ano passado. Nas últimas semanas, a China tem exercido pressões sobre as embaixadas estrangeiras em Olso para não assistirem à cerimónia onde, por tradição, as representações diplomáticas marcam presença. Há dias, Pequim referiu-se aos membros do Comité como “palhaços” e, hoje, perante a resposta norueguesa de que à cerimónia apenas não vão estar presentes mais oito embaixadas do que as que faltaram na cerimónia de 2009, a China insistiu: “qualquer tentativa para exercer pressões sobre a China está votada ao fracasso”. Jiang criticou de novo a “ingerência” do Comité em “assuntos internos” que “não tem direito de julgar” e repetiu que a prisão do opositor chinês que, há dois anos, impulsionou a “Carta 08” não se deveu ao apelo de maior democratização na China, mas por subversão do regime. Premiado não foi informadoNa atribuição do Prémio Confúcio, Pequim disse que a iniciativa não é uma resposta à entrega norueguesa, mas antes a promoção anual da paz no mundo “numa perspectiva oriental”, explicou à CNN o organizador do prémio, Tan Changliu. A cerimónia escolheu como primeiro galardoado Lien Chan, antigo vice-presidente de Taiwan, que desconheceria a atribuição, segundo disse à estação britânica o porta-voz do seu gabinete, Ting Yuan-chao. O prémio foi simbolicamente entregue num hotel de Pequim em nome de Lien a Zeng Yuhan, uma criança de seis anos, pela “paz e do futuro”. “Sabemos quem foi Confúcio, mas não sabemos nada sobre este prémio”, equivalente a cerca de 11. 300 euros, disse o porta-voz do premiado.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave prisão criança minoria chinês