China detém activistas e bloqueia acesso aos media antes da entrega do Nobel da Paz
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-12-11
SUMÁRIO: A China mantém o tom de desafio em relação à cerimónia de entrega do Prémio Nobel da Paz a Liu Xiaobo, que decorre hoje em Oslo, sem a presença do dissidente chinês, garantindo que "a grande maioria" dos países do mundo irá boicotá-la. As Nações Unidas dizem ter informação de que Pequim deteve, pelo menos, 20 activistas e tenta bloquear o acesso aos media ocidentais.
TEXTO: Há ainda relatos de 120 detenções domiciliárias, restrições para viajar e outros actos de intimidação enumerados pela BBC. Também a casa de Liu Xiaobo, onde se encontra a mulher, Liu Xia, em prisão domiciliária, na capital chinesa, está a ser vigiada esta sexta-feira por forças das autoridades, descreveu o correspondente da estação britânica Damian Grammaticas, presente no local. Ontem, Pequim garantia que grande parte dos países do mundo iria boicotar a cerimónia de entrega do galardão em Oslo. Já a Noruega disse que um terço dos convidados recusou o convite, entre eles nações com grandes laços comerciais com a China e países que recusam a pressão ocidental para a defesa dos direitos humanos. A China anunciou ainda o “Prémio de Paz Confúcio”, atribuído ao antigo vice-presidente taiwanês Lien Chan – mas o gabinete do galardoado disse nada saber sobre esta atribuição. Na cerimónia, o prémio foi dado em nome de Lien a uma criança de seis anos, Zeng Yuhan, pela “paz e o futuro”. Pequim afirmou que não pretendia concorrer com a Noruega, e que o Prémio Confúcio não era uma alternativa ao Nobel, mas que tinha sim o objectivo de “promover a paz do mundo numa perspectiva oriental”. A China manteve, no entanto, o tom de desafio ao Nobel pelo prémio da paz ter sido entregue ao dissidente Liu Xiaobo, considerado “um criminoso” por Pequim, que está detido desde o ano passado por onze anos de “actividades subversivas”. O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Jiang Yu, afirmou que a cerimónia está condenada ao “fracasso”, e criticou as tentativas “ocidentais” de “imposição de valores”. O presidente do Comité Nobel, Thorbjoern Jagland, disse pelo seu lado que a atribuição do prémio ao dissidente chinês não era um protesto contra Pequim: “É um sinal para a China de que seria muito importante para o seu futuro combinar desenvolvimento económico com reformas políticas e apoio para aqueles que combatem por direitos humanos básicos. ”O Instituto Nobel anunciou que 19 dos países convidados - entre 65 embaixadas presentes em Oslo - recusaram o convite. A Ucrânia e as Filipinas, inicialmente incluídas entre os ausentes, vão comparecer na cerimónia, e a Argentina, que estava contabilizada nos presentes, não deverá marcar presença. O Sri Lanka também deverá boicotar a cerimónia, assim como Rússia, Sérvia, Iraque, Afeganistão e Cuba. “Estamos muito felizes que dois terços das embaixadas em Oslo vão assistir” à cerimónia, congratulou-se Thorbjoern Jagland. Vários países e organizações de direitos humanos criticaram a China não só por manter Liu preso como por impedir os seus amigos e família de assistirem à cerimónia de hoje em Oslo. Notícia actualizada às 10h30
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos humanos mulher prisão criança chinês