PSP fez uma detenção e identificou quase mil pessoas numa rusga ao Martim Moniz
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento -0.05
DATA: 2010-12-11
SUMÁRIO: Dois estabelecimentos encerrados neste bairro lisboeta e diversos crimes de contrafacção detectados.
TEXTO: A mais recente operação policial no Centro Comercial da Mouraria de que Paulo Afonso se lembra terá sido há uns seis meses. Paulo é português - ao contrário da maioria dos vizinhos -, vende artigos religiosos e esotéricos, há 21 anos, num espaço exíguo na cave deste centro comercial em Lisboa. Já recebeu muitas visitas da polícia, que costuma rondar a zona e "sabe bem o que se passa por aqui", garante. Há seis meses "foi bem pior". "Hoje [ontem] está muito calminho", acrescenta. A polícia deteve uma pessoa, por estar em situação ilegal no país. Paulo Afonso foi uma das 993 pessoas identificadas pela PSP e passou, tal como os restantes lojistas, a tarde toda sem clientes. Das 15h às 18h, ninguém saiu dos centros comerciais da Mouraria e do Martim Moniz sem a respectiva identificação e a entrada esteve barrada. A operação policial conjunta da PSP, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Inspecção Tributária e Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) incidiu ainda sobre a Esplanada da Mouraria e três estabelecimentos na Praça do Martim Moniz. Foi acompanhada por diferentes órgãos de comunicação, convidados na véspera pela própria polícia. Balanço da operação: quatro autos de contra-ordenação, um por falta de livro de reclamações, outro por falta de dístico do livro de reclamações, outro por falta de declaração prévia e outro por falta de meios de combate a sinistros. A ASAE detectou contrafacção de cinco malas, e de relógios e vestuário no valor de quase 6000 euros. Dois estabelecimentos foram encerrados. A Inspecção Tributária levantou quatro contra-ordenações por "infracções diversas". "Correu tudo bem", disse no local a subcomissária da PSP Carla Duarte. Os 170 elementos da PSP e os 41 elementos das outras entidades foram ajudados por cães, que procuravam estupefacientes. "Não encontraram nada", garantiu a porta-voz. Enquanto os cães farejaram todos os caixotes no meio dos corredores, duas mulheres de nacionalidade chinesa aproveitaram o tempo sem clientes para ensacar elásticos para o cabelo, sentadas à porta da loja. Não falam português. Mas têm tudo em ordem, ao que parece. Encostado ao varão que circunda o corredor, Bontsa George aguardava ordens da PSP para sair do centro comercial da Mouraria. Diz que já falou com o "chefe" e que está tudo bem com o visto de residente. O romeno, que está há oito anos em Portugal, mora em Setúbal mas veio de propósito a Lisboa para "comprar roupa". Lá fora, na Praça do Martim Moniz, a fila de pessoas à espera para serem identificadas no posto móvel da PSP foi engrossando ao longo da tarde. Primeiro só homens, depois algumas mulheres. Levados pelos elementos do SEF, iam em grupos de três a quatro. Um reclama, mostrando o cartão de residente. "Está caducado", diz a investigadora, enquanto o agarra pelo braço. A assistir ao aparato, dezenas de curiosos tornavam ainda mais difícil o trânsito na zona, que de calmo teve pouco.
REFERÊNCIAS:
Entidades PSP SEF ASAE