Polícia sueca investiga explosões de Estocolmo como “actos terroristas”
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DATA: 2010-12-12
SUMÁRIO: As autoridades suecas anunciaram hoje ter “boas pistas” na investigação aos “crimes terroristas” da véspera, em que duas bombas explodiram em Estocolmo matando uma pessoa e deixando outras duas feridas.
TEXTO: O director de operações da Polícia de Segurança, Anders Thornberg, avançou em conferência de imprensa esta manhã que foi aumentado o número de agentes na capital, mas que não havia razões para subir o nível de alerta no país. Recusou-se a confirmar se o morto registado na segunda explosão – que ocorreu com minutos de diferença da primeira, pelas 17h horas locais (16h em Lisboa), e a apenas 200 metros de distância – é ou não um bombista suicida responsável pelo ataque. Os jornais suecos precisavam hoje que tudo aparenta que o morto se teria feito explodir. “Parecia que transportava algo que explodiu junto ao estômago”, avaliava um médico citado pelo jornal diário "Dagens Nyheter". Já o tablóide "Aftonbladet" citava uma fonte, sob anonimato, segundo a qual o homem morto transportava consigo seis cartuchos de explosivos, dos quais explodiu um, e uma mochila carregada de pregos e suspeito material explosivo. “Houve uma muito preocupante tentativa de ataque terrorista numa zona central de Estocolmo. Falhou mas podia ter sido verdadeiramente catastrófico”, avaliara ainda ontem à noite o ministro sueco dos Negócios Estrangeiros, Carl Bilt, numa mensagem na sua conta no serviço de microblogging Twitter. Pouco antes das explosões, a agência noticiosa sueca TT recebera uma carta ameaçadora contra a presença de militares suecos no Afeganistão (uma força de 500 soldados) e uma polémica caricatura de Maomé, feita em 2007 pelo cartoonista sueco Lars Vilks, numa altura em que o mundo islâmico ainda permanecia em revolta por causa de uma série de cartoons do Profeta publicados nos dois anos antes na imprensa dinamarquesa e norueguesa. Os protestos de então, especialmente violentos em 2006, correram vários países do Médio Oriente, África e Ásia, com motins e confrontos que provocaram a morte de pelo menos 50 pessoas. Vilks, que desenhou Maomé com o corpo de um cão, fora ameaçado já várias vezes ao longo deste ano: em Março foi detida uma norte-americana, que se auto-intitulava “JihadJane”, e acusada de planear matar o cartoonista; e em Maio vários homens foram presos ao tentar incendiar a casa de Vilks. O cartoonista afirmou estar a “salvo”, em contacto telefónico com a agência noticiosa britânica Reuters. “Esta é a primeira vítima do meu projecto. Foi um acto contra o povo sueco, para o assustar, e não contra mim. A boa notícia é que quem morreu foi um terrorista, e mais ninguém”, afirmou.
REFERÊNCIAS: