Polícias contra a falta de cooperação na investigação criminal
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.4
DATA: 2010-12-14
SUMÁRIO: A recusa de partilha de informação entre os diferentes órgãos de polícia criminal e a falta de cooperação foi criticada, esta segunda-feira, no seminário sobre a criminalidade organizada que decorreu em Lisboa.
TEXTO: No que respeita à partilha de informação e à cooperação no campo da investigação criminal “estamos mal ou, pelo menos, não estamos bem”, disse o coronel Albano Pereira, da GNR, na sua intervenção. “A mentalidade de que cada órgão de polícia criminal tem de ser auto-suficiente em termos de investigação, tem de ser alterada”, defende, em declarações ao PÚBLICO, o intendente Fiães Fernandes, director do departamento de informações policiais da PSP. Na sua perspectiva, “é essencial que cada serviço de segurança compreenda que não está sozinho” no combate à criminalidade. Esta atitude “dá origem a atritos” que só beneficiam os criminosos, sublinha. A cooperação entre as polícias e o seu acesso directo a sistemas de informação são condições hoje consideradas imprescindíveis nos países europeus para melhorar a eficácia do combate ao crime. Em Portugal, a criminalidade organizada, na qual se inclui o tráfico de droga, os raptos e sequestros ou a corrupção, é sobretudo praticada por nacionais, esclareceu Luis Neves, director nacional adjunto da PJ. Mas também é desenvolvida por elementos de algumas comunidades de imigrantes, entre as quais de brasileiros, de africanos e de eslavos. Luis Neves referiu ainda as actividades criminosas praticadas em “bairros problemáticos” e “zonas urbanas sensíveis” por gangs locais. Entre as condições consideradas de especial importância para melhorar a eficácia policial relativamente ao crime organizado, Luis Neves sublinhou que “a investigação tradicional não é possível no crime organizado” e salientou a necessidade da defesa intransigente do sigilo da informação em investigação criminal, a actuação de agentes encobertos, bem como um eficaz estatuto de arrependido e de protecção de testemunhas de crimes graves. “Muitas vezes, temos uma mão cheia de nada para quem colabora com as autoridades policiais”, frisou. Neste seminário foram ainda abordados temas como as políticas públicas e a segurança e a magistratura no combate ao crime organizado.
REFERÊNCIAS:
Entidades GNR PSP PJ