Apoiantes cerram fileiras por Assange no dia em que vai a tribunal
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-12-14
SUMÁRIO: Um juiz londrino vai esta tarde decidir se Julian Assange, o editor do site WikiLeaks, poderá aguardar em liberdade condicional até ser extraditado para a Suécia, para responder por acusações de violência sexual, ou se terá de voltar para a prisão vitoriana onde passou a última semana.
TEXTO: Enquanto isso, os seus defensores multiplicam-se em iniciativas. Uma delas é a do escritor de mega-sucessos internacionais Paulo Coelho, que se vai juntar ao “homem mais perigoso da América”, como lhe chamou um dia Henry Kissinger, o autor da fuga de informação sobre o início da guerra do Vietname, Daniel Ellsberg, para gravar uma mensagem de apoio à WikiLeaks e Assange. A iniciativa foi anunciada no Twitter. Mas os apoios ao fundador da WikiLeaks vindos de figuras públicas vêm de vários lados. Bianca Jagger, a socialite Jemima Khan, o realizador Ken Loach, por exemplo. Consideram-no um jornalista e, sobretudo, indignam-se com a reacção dos EUA — onde vários políticos o classificaram como terrorista e apelaram à sua morte. Na Austrália, o seu país natal, o jornal The Australian diz que o Labour, o principal partido da coligação governamental, está dividido sobre a posição a tomar. Há críticas à posição assumida pela primeira-ministra Julia Gillard, que disse que a divulgação dos mais de 250 mil telegramas diplomáticos dos Estados Unidos se baseavam num acto ilegal. Gillard tem tentado clarificar a sua posição, dizendo que se referia ao roubo do material — ao que tudo indica pelo soldado Bradley Manning, preso e acusado desde o início do Verão, mas sem ter ido ainda a julgamento — e não às acções de Assange. Kevin Rudd, o actual ministro dos Negócios Estrangeiros e o antecessor de Gillard na chefia do Governo, tem garantido que defenderá os direitos legais de Assange. A Austrália, no entanto, lançou uma investigação para determinar se o editor do WikiLeaks terá violado alguma lei. Os advogados de Assange, por seu lado, têm insistido em que Washington se prepara para pedir a extradição de Julian Assange, acusando-o de crimes relacionados com a divulgação das comunicações diplomáticas. “Fomos informados pelas autoridades suecas de que se reuniu um grande júri secretamente em Alexandria [no estado norte-americano de Virginia]”, disse Mark Stephens, um dos defensores do australiano, no programa de Mark Frost na televisão Al-Jazira. Stephens disse que se houvesse um pedido de extradição para os EUA, a Suécia, que pediu um mandado de captura internacional devido a queixas de sexo não consensual apresentadas por duas mulheres (ver texto secundário), “iria ceder nos seus interesses face aos americanos. ” E concluía: “Parece-me que o que enfrentamos é uma acusação só para lhe poderem deitar a mão [a Assange]”. Como foi preso no Reino Unido, as autoridades britânicas temem uma vaga de ataques informáticos — à semelhança dos lançados na semana passada pelo grupo Anonymous. E enquanto tudo isto se passa, ficou-se a saber que Julian Assange foi mesmo o mais votado pelos leitores da revista Time para Pessoa do Ano. Mas há outros factores a levar em conta, explica a revista, e são os editores quem escolherá. O eleito só será revelado quarta-feira.
REFERÊNCIAS: