Dezenas de mortos em naufrágio de barco de refugiados na Austrália
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Refugiados Pontuação: 16 | Sentimento -0.2
DATA: 2010-12-15
SUMÁRIO: O naufrágio de um barco esta madrugada junto à costa australiana, no qual seguiam quase uma centena de refugiados em busca de asilo, causou a morte de pelo menos 27 pessoas que foram lançadas às águas turbulentas. Estima-se que entre 30 e 50 estão ainda desaparecidas.
TEXTO: O barco foi atirado de proa contra as rochas, partindo-se e afundando rapidamente pelas 6h00 da madrugada (hora local, 23h00 de ontem em Lisboa). Crê-se que os passageiros são refugiados do Iraque e Irão, e entre eles estão muitas mulheres e crianças. “Há gente nas águas a gritar por ajuda. Está a acontecer aqui uma tragédia”, lamentava logo após o acidente o chefe do governo local da Ilha de Natal, na qual a embarcação de madeira naufragou. Um responsável da ilha, Kamar Ismail, descreveu à agência Reuters um cenário de horror: “Vi uma pessoa morrer à minha frente e não podíamos fazer nada para a salvar. Havia bebés, crianças talvez de três ou quatro anos, agarradas a pedaços de madeira, gritando ‘socorro, socorro, socorro’. Atirámos-lhes coletes salva-vidas mas muitos deles não conseguiam nadar uns poucos metros para os agarrar”. Os media australianos reportam que foram salvas já 41 pessoas – mais de 30 feridas, três delas em estado muito grave –, mas continuam desaparecidas pelo menos 30 outras. O serviço de assistência médica australiano Flying Doctors estimou que o balanço de mortos pode ascender a 50 pessoas. Uma pessoa conseguiu, entretanto, chegar à costa pelos seus próprios meios, serviço australiano de protecção de alfândega e fronteiras, segundo o "New York Times". Em declarações à televisão australiana ABC, o primeiro-ministro adjunto, Wayne Swan, confirmou que foram retirados 27 cadáveres das águas, mas avisou que este balanço ainda pode aumentar. "Não sabemos exactamente quantas pessoas estavam no barco", explicou. “Lançámos cordas pelos rochedos abaixo e pelo menos uma centena de coletes de salvação para as águas. Houve umas 15 ou 20 pessoas que os conseguiram apanhar, mas há também corpos por todo o lado nas águas, de mulheres, crianças, bebés”, descreveu um residente local ao jornal “West Australian”. A primeira-ministra australiana, Julia Gillard, interrompeu as férias para acompanhar as operações de salvamento, quando muitos pormenores sobre o acidente continuam ainda por apurar, incluindo a nacionalidade das pessoas que iam a bordo do barco. A polícia local informou que a maior parte pareciam oriundos do Médio Oriente, do Iraque e Irão. “Este é um acontecimento trágico e vai demorar algum tempo até que haja um quadro claro do que aconteceu”, disse Julia Gillard. Um sobrevivente já resgatado revelou às autoridades australianas que estavam entre 70 e 80 pessoas na embarcação, a qual se crê ser de origem indonésia. Notícia actualizada às 13h00
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave ajuda mulheres