Polícia britânica mantém que investigação ao desaparecimento de Madeleine cabe a Portugal
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DATA: 2010-12-19
SUMÁRIO: A polícia britânica recusa comentar a referência ao desaparecimento de Madeleine McCann feita nos telegramas diplomáticos norte-americanos divulgados pela organização WikiLeaks, alegando que a investigação cabe às autoridades portuguesas.
TEXTO: “A investigação ao desaparecimento de Madeleine McCann é liderada pela [polícia] portuguesa”, vincou uma porta-voz da polícia de Leicestershire, que recusou comentar qual a contribuição feita pelos agentes britânicos neste caso. Segundo o embaixador inglês em Lisboa na altura do desaparecimento de Madeleine McCann (2007), Alexander Wykeham Ellis, a polícia inglesa ajudou a encontrar provas contra os pais da menina, que foram constituídos arguidos e mas finalmente ilibados. "Sem aprofundar nos detalhes do caso, Ellis admitiu que a polícia inglesa tinha desenvolvido as provas actuais contra os pais McCann, destacando que as autoridades dos dois países [Portugal e Reino Unido] estavam a cooperar", escreve o embaixador norte-americano, Alfred Hoffman, num telegrama descrito como "confidencial". O documento, agora revelado pela WikiLeaks, relata uma conversa entre os dois diplomatas a 21 de Setembro 2007 sobre o caso, que na altura era alvo de grande atenção mediática no país. A polícia de Leicestershire, que coordena a colaboração com a Polícia Judiciária por ser nesta região que reside a família McCannn não confirma o conteúdo do telegrama nem se considera importante para a reabertura do processo. PGR não vê motivos para reabrir o processo“O nosso papel desde o primeiro dia tem sido, e continua a ser, coordenar e completar quaisquer investigações no Reino Unido e dar seguimento às diligências que tenham sido pedidas pelas autoridades portuguesas para serem concluídas no Reino Unido”, disse a mesma fonte. Para o porta-voz dos pais de Madeleine, “esta é uma nota completamente histórica, que tem mais de três anos” e que deve ser lida tendo em conta o contexto em aconteceu. Clarence Mitchell lembrou que, desde então, “Kate e Gerry viram o seu estatuto de arguidos levantado, com as autoridades portuguesas a tornar perfeitamente claro que não havia absolutamente qualquer prova que os implicasse no desaparecimento de Madeleine”. Também o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, afirmou na terça-feira não ver motivos para reabrir o processo que, disse, “foi arquivado e muito bem” pelo Ministério Público. "Conversas de jornal e propaganda publicitária não dá para abrir [inquéritos]", vincou. Madeleine McCann desapareceu poucos dias antes de fazer quatro anos, a 3 de Maio de 2007, do quarto onde dormia juntamente com os dois irmãos gémeos, mais novos, num apartamento de um aldeamento turístico na Praia da Luz, no Algarve. Os pais, Kate e Gerry McCann, jantavam nessa altura num restaurante a cerca de 50 metros do apartamento. A mãe da criança, Kate, e o pai, Gerry McCann, foram constituídos arguidos pelas autoridades judiciais portuguesas em Julho de 2007. Mas a 21 de Julho de 2008, a Procuradoria-Geral da República anunciou o arquivamento das suspeitas contra o casal e um terceiro arguido, Robert Murat.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave criança desaparecimento