PJ investiga triplo homicídio de búlgaros que pode ter na origem o tráfico de fio de cobre
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-12-20
SUMÁRIO: Vítimas foram executadas por disparos a curta distância. PJ procura determinar identidade dos indivíduos que combinaram o negócio.
TEXTO: A brigada de homicídios da Directoria do Sul da Polícia Judiciária (PJ) está a investigar o assassinato dos dois homens, que aparentavam ter entre os 40 e os 50 anos, e de uma mulher, de 38 anos, cujos cadáveres foram encontrados ao princípio da manhã de anteontem, num monte alentejano abandonado, nos arredores de Aljustrel. As vítimas eram imigrantes búlgaros, residiam na Quinta do Conde, em Sesimbra, e deslocaram-se de Palmela até ao isolado local alentejano, na passada quarta-feira, para consumarem a aquisição de fio de cobre, alegadamente roubado, levando consigo dez mil euros, que desapareceram. Os investigadores estão a procurar determinar a identidade dos indivíduos que combinaram o negócio e a tentar esclarecer como é que as vítimas foram atraídas até ao monte, para serem alvo de uma emboscada fatal. No local foram encontrados cartuchos de caçadeira e rastos dos pneus da viatura usada pelos homicidas. Os três cadáveres foram transportados pelos Bombeiros Voluntários de Aljustrel para o Hospital de Beja para serem hoje autopsiados. A população da freguesia de Rio de Moinhos, no concelho alentejano de Aljustrel, ficou transtornada desde que tomou conhecimento que ali próximo, no Monte de Vale da Égua, foram encontrados na manhã do último sábado, dois homens e uma mulher, assassinados a tiro de caçadeira. Ontem quem se deslocou ao local, a cerca de uma dezena de quilómetros de Aljustrel, ouviu as mais variadas conjecturas sobre as causas da morte violenta dos cidadãos de nacionalidade búlgara. A descoberta dos cadáveres foi feita por António Vilhena, agricultor de Rio de Moinhos, pouco passava das 10h30 de anteontem. O que viu deixou-o chocado. Um dos cadáveres estava deitado de costas e os outros dois, um casal, juntos um ao outro. João Colaço, residente no lugar de Escanchados, confirma este cenário que observou num lugar ermo e junto a um monte abandonado e em ruína, no meio da lama e erva e sob chuva intensa. EDP lesada em milhõesUma rede nacional de furto de metal estará a actuar por todo o país, com especial incidência na zona sul. A companhia eléctrica nacional - EDP "está a ser lesada em milhões de euros" e o número de participações à GNR, disse ao PÚBLICO fonte da direcção da empresa, "são às centenas". "Quase todos os dias temos roubos no Algarve, mas os furtos ocorrem por todo o lado", sublinhou. Os protagonistas desta acção ainda não são conhecidos, mas, para consumar um furto desta natureza são necessários técnicos e alguma perícia, para que o acto não tenha como desfecho a morte. Na serra de Tavira, há uma semana, foi roubada uma linha de média tensão (15 mil voltes) - cerca de cinco quilómetros de linhas. Os transformadores eléctricos, equipamento colocado nos postes, são outras peças muito procuradas. O dispositivo pesa entre 500 a 800 quilos, encontra-se cheio de cobre, coberto por óleo, mas quando cai no chão, fica o cobre logo à vista. No Alentejo, a EDP perdeu já cerca de meia centena de transformadores. O preço deste metal ronda os seis euros o quilo. Quarteira é uma das localidades que tem sido alvo de furto de cabos de electricidade e fios de telefone. De resto, uma das situações comentadas na cidade foi o facto de um cliente da Telecom ter perdido a comunicação, de forma abrupta, a meio de uma conversa. Soube depois que tinham sido cortados na rua os fios de telefone pondo fim à chamada. No Norte, no início do mês um homem morreu electrocutado quando roubava fio de cobre, em Barcelos.
REFERÊNCIAS:
Entidades GNR PJ