Obama ofereceu a Hu Jintao um banquete em vez de hambúrgueres
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-21
SUMÁRIO: Não houve visitas-surpresa a casas de hambúrgueres, como a que Obama fez quando Dimitri Medvedev esteve em Washington, no Verão de 2010, mostrando que informalidade e cumplicidade são proporcionais.
TEXTO: Durante a visita de Estado do presidente chinês aos Estados Unidos, que termina hoje, Barack Obama e Hu Jintao procuraram dar sinais de cooperação e de uma relação próxi- ma, mas, como assinalava ontem o? New York Times, uma escapadela não-programada a uma tasca de fast-food pode falar mais alto do que um jantar na Casa Branca cheio de pompa e circunstância, como aquele que o presidente americano ofereceu ao seu congénere chinês terça-feira à noite. As leituras sobre a visita de Estado de Hu Jintao na imprensa americana são ambíguas. Embora ninguém assinale progressos significativos, os jornais sublinham que as declarações do presidente chinês sobre direitos humanos, anteontem, são uma rara concessão. Questionado por jornalistas numa conferência de imprensa na Casa Branca, Hu Jintao admitiu que "ainda há muito por fazer na China, em termos de direitos humanos". Mas também disse que, nessa matéria, "a China tem feito enormes progressos, amplamente reconhecidos no mundo", e que está disposta a dialogar com os Estados Unidos com base no "princípio de não interferência nos assuntos internos de cada um". Por sua vez, o Presidente americano disse que tinha falado abertamente sobre direitos humanos com Hu Jintao. "Ocasionalmente, eles são uma fonte de tensão entre os nossos dois governos", afirmou Obama na conferência de imprensa. "Mas acredito que podemos discutir estas questões de uma forma franca e aberta, concentrando-nos nas áreas em que estamos de acordo e reconhecendo que existem áreas onde discordamos. "Fontes da administração americana assinalaram ao New York Times que, em privado, Obama pressionou Hu Jintao sobre a detenção do dissidente Liu Xiaobo - a atribuição do Prémio Nobel da Paz a Xiaobo foi condenada pelo Governo chinês como uma conspiração ocidental para embaraçar Pequim. Obama também convidou Kenneth Roth, director da ONG Human Rights Watch, e um crítico do regime chinês para o jantar de Estado de quarta-feira à noite. "Suponho que fui convidado para enviar um recado ao Presidente Hu", disse aos jornalistas. Mas o evento na Casa Branca - somente o terceiro jantar, desde que Obama é presidente, oferecido a che- fes de Estado estrangeiros, depois da Índia e do México - foi, sobretudo, concebido como uma operação de charme, com duas centenas de convidados, muitos deles com ligações pessoais ou ancestrais à China (a estilista Vera Wang, o actor especializado em artes marciais Jackie Chan, o secretário do Departamento de Energia e Prémio Nobel Steven Chu, o violoncelista Yo-Yo Ma), ex-presidentes americanos (Jimmy Carter e Bill Clinton), e um considerável número de celebridades. Questionada pelos jornalistas por que tinha sido convidada, Barbara Streisand ironizou: "Trabalhei num restaurante chinês. " Mas o Washington Post esclareceu depois: Hu Jintao é fã da actriz e cantora. Anteontem, as televisões americanas vacilavam entre discutir o guarda-roupa de Michelle Obama - vestido drapeado vermelho, de Alexander McQueen - ou o significado da visita de Jintao para as relações EUA-China. O Presidente Obama assinalou vá- rias vezes na conferência de imprensa que os Estados Unidos não pretendem bloquear a emergência da China enquanto superpotência. "Eu sei que na China muitos acreditam que os Estados Unidos estão interessados em conter a ascensão da China. Nós congratulamos a ascensão da China", disse. "Só queremos ter a certeza de que essa ascensão ocorre de uma forma que reforça as normas internacionais, e melhora a segurança e a paz, em vez de ser uma fonte de conflito. "
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA