Cavaco diz que “nada está decidido”, Alegre faz apelos pungentes ao voto
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DATA: 2011-01-22
SUMÁRIO: Cavaco em Lisboa e Alegre no Porto. Nos últimos comícios da campanha, o presidente recandidato voltou a apelar ao voto, mas também deixou avisos a Sócrates. Alegre fez forte apelo ao voto.
TEXTO: Em Lisboa, Cavaco Silva fez o derradeiro apelo a pouco mais de uma hora do encerramento da campanha presidencial, que terminou esta sexta-feira. “É preciso que ninguém fique em casa no domingo”, afirmou o Presidente recandidato perante centenas de apoiantes que não encheram o Coliseu dos Recreios. E avisou que “nada está decidido”“É o futuro que está em causa. Faço-vos um apelo: não deixemos os outros escolherem o vosso futuro”, disse Cavaco, dirigindo-se aos jovens. Esta sexta-feira foi o próprio Cavaco a dizer o que, na última semana, era deixado aos mandatários distritais ou aos convidados dos comícios: “Nada está decidido. Tudo só fica resolvido no momento do encerramento das urnas” no dia das eleições, no domingo, disse, no dia em que foram divulgadas sondagens que lhe dão a vitória à primeira volta, abaixo do limitar dos 60 por cento. Cavaco insistiu que Portugal, perante a crise económica e financeira que vive, não pode ter um Presidente que não conhece o país ou a situação internacional, numa indirecta a Manuel Alegre. “Não sou um homem de palavras inflamadas que destrói a confiança. ” E citou “o grego” para dizer que quem governa “devem ser os melhores”. Depois, sobre o português, afirmou: “Sócrates, este, não entende que Portugal é um grande país e que tem um grande povo, um povo paciente. Mas a paciência tem limites, atenção. "No comício, falaram Leonor Beleza, ex-ministra, João Lobo Antunes, mandatário nacional, e ainda o ex-presidente Ramalho Eanes. Esta sexta-feira, ao contrário de outros comícios, houve dois apresentadores: Simone de Oliveira e José Carlos Malato. Simone pediu mesmo ao “senhor professor”: “Tome conta de nós. ” Ataques a CavacoNo Porto, Alegre fez apelos pungentes ao voto, críticas às mais recentes declarações de Cavaco Silva, afirmação realçou a independência da candidatura e fez uma breve e negativa referência à cobertura jornalística da campanha. O derradeiro comício de Alegre teve casa cheia no Pavilhão Académico do Porto. O candidato definiu ainda os principais destinatários do apelo: os indecisos, os “idosos pobres”, as “mulheres trabalhadoras”, os jovens, os seus “camaradas socialistas”, a “classe média, os funcionários públicos, os professores”. A todos eles, o candidato apoiado pelo PS e pelo Bloco de Esquerda pediu para votarem na sua candidatura – não por ele, salientou, mas “pela democracia com direitos sociais, pela escola pública, o Serviço Nacional de Saúde, a justiça nas relações laborais, o combate contra a promiscuidade entre a política e os negócios”. Não faltaram ainda os ataques a Cavaco Silva. Alegre lembrou as mais recentes afirmações do seu adversário – os custos financeiros de uma eventual segunda volta das eleições e a proposta de criar um imposto extraordinário como alternativa aos cortes dos salários – para defender que a repetição das eleições “é a garantia da mudança”. Evocando com frequência o 25 de Abril (“todos somos candidatos, todos os que se reclamam do 25 de Abril porque o 25 de Abril também foi feito para aqueles que ainda não nasceram”), Alegre fez questão de repetir que é um candidato independente, em oposição a Cavaco, que “é refém dos partidos”. Alegre não se desviou nem um milímetro daquilo que tem vindo a sublinhar ao longo das duas semanas de campanha, enfatizando que, apesar dos resultados das sondagens, que dão a vitória a Cavaco Silva logo à primeira volta, o candidato apoiado pelo PSD e CDS “não está eleito”.
REFERÊNCIAS: