No seu discurso à nação, Obama falou de empregos, futuro e China
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DATA: 2011-01-26
SUMÁRIO: Barack Obama usou a palavra “empregos” 25 vezes. “Futuro”, 15 vezes. “China”, quatro vezes. Eis, muito sucintamente, a mensagem urgente que o presidente americano enviou ao país no seu discurso anual sobre o Estado da União, terça-feira à noite: se quiser continuar a ser a economia mundial número um, apesar da feroz concorrência da China, os Estados Unidos têm de investir em inovação, educação e infra-estruturas.
TEXTO: Num momento em que a América atravessa um período de frustração e pessimismo, Obama apontou directamente ao fantasma que a China representa para muitos americanos, e delineou as áreas estratégicas em que o país terá de investir, se quiser manter o seu domínio económico e “ganhar o futuro”, expressão que usou repetidas vezes. “Temos de ultrapassar o resto do mundo em inovação, em educação e em construção. Temos de tornar a América o melhor lugar para fazer negócio. ”Neste seu discurso no Congresso, destinado a avançar os objectivos da sua administração durante o próximo ano, sabia-se que Obama iria centrar-se sobretudo na economia – a questão era como iria fazê-lo. O presidente americano chegou a comparar o desafio actual com a corrida espacial contra a União Soviética durante a Guerra Fria. E adoptou um tom optimista, patriótico, invocando a noção do excepcionalismo americano repetidas vezes – o tipo de retórica que Ronald Reagan adoptou nas suas duas campanhas presidenciais, na década de 1980. Não é segredo que Obama leu uma biografia de Reagan durante as férias do Natal. O moderadorPara um discurso que demorou meses a ser elaborado e produziu enormes expectativas – no Guardian, o jornalista Michael Tomasky declarou que seria “o discurso sobre o Estado da União mais importante dos últimos 20 anos” –, não foi memorável, nem trouxe surpresas. Foi um discurso panorâmico e cuidadoso, que mostrou o pragmatismo do presidente americano face às novas circunstâncias em que terá de trabalhar nos próximos dois anos, ou seja, com uma nova maioria republicana no Congresso determinada em fazer oposição às suas propostas. Pelas escolhas que fez (incluindo os temas que deixou de fora) e o tom que adoptou, Obama posicionou-se no centro dos debates que dividem os dois partidos, como uma voz de moderação. Apelou à cooperação entre democratas e republicanos, como era esperado: “É o que as pessoas que nos conduziram aqui esperam de nós. Através dos seus votos, decidiram que a governação é agora uma responsabilidade partilhada entre partidos”, disse, referindo-se às eleições intercalares de Novembro, que deram a vitória ao Partido Republicano. Mas Obama também incorporou no seu discurso propostas que têm sido cavalos de batalha para os republicanos – como a redução do défice e a reforma do governo – e ignorou temas que o seu partido esperava ouvir do presidente – como a adopção de medidas mais rigorosas para a posse de armas, no rescaldo do tiroteio em Tucson, Arizona, há duas semanas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra educação