Porta-voz da Conferência Episcopal lembra que Governo usou alunos para promover Magalhães
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DATA: 2011-01-28
SUMÁRIO: A psicóloga Catarina Ribeiro não vê entraves à participação de crianças em manifestações. "Desde que as crianças não sejam instrumentalizadas e estejam esclarecidas, é uma questão de cidadania", entende a professora da Universidade Católica.
TEXTO: A polémica estourou a meio dos protestos pelos cortes no financiamento ao ensino particular e cooperativo. Pais e crianças concentraram-se à porta do Ministério da Educação. E a ministra, Isabel Alçada, respondeu-lhes ser "indigno" usarem crianças. Luís Marinho, do Movimento SOS Educação, não vê onde está o problema: "Era o que faltava eu não poder levar a minha família para uma manifestação de alta dignidade. Foram sempre manifestações digníssimas. " "A exposição pública de crianças em determinados contextos é penosa", salienta Catarina Ribeiro, que tem estudado a participação infantil no contexto judicial. Diz isto ao pensar, por exemplo, numa criança em risco que encontra um benemérito e, depois, aparece na televisão. Não será este o caso. "As crianças têm direito de participar no que lhes diz respeito", sublinha. "O que está em causa é a escola delas. " Fundamental, parece-lhe, é saberem o que estão ali a fazer. Que quer dizer com isto? "Tem de haver uma sensibilização para perceberem que a manifestação não é um show off, é um direito, é uma questão de cidadania. " A psicóloga fala na participação como "um investimento na cidadania activa". "Se não for explicada, as crianças podem não entender a intencionalidade. "Para já, o presidente da Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, Armando Leandro, abstém-se de tecer qualquer comentário sobre este assunto. Quer reflectir. O padre Manuel Morujão, da Conferência Episcopal Portuguesa, fez ontem publicamente o que muitos faziam em privado. Lembrou que, no lançamento do Magalhães, o Governo usou crianças. A participação de crianças em actos promocionais está regulamentada, mas o primeiro-ministro pediu desculpa.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave escola educação criança infantil