Barack Obama falou do Egipto e da política doméstica antes do Super Bowl
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DATA: 2011-02-07
SUMÁRIO: Barack Obama, em entrevista à cadeia de televisão Fox antes da final da Super Bowl, disse ontem ao apresentador da Fox Bill O'Reilly que espera que o Presidente egípcio permita a transição pacífica para um novo governo representativo. O Presidente norte-americano defendeu ainda a continuidade da sua reforma da saúde e sublinhou a importância de os cidadãos poderem continuar a viver o "sonho americano".
TEXTO: Num dia conhecido por Super Sunday, o domingo em que as todas as conversas giram em torno da final Liga profissional de futebol americano (NFL), os americanos tiveram duas comoções ainda antes de o jogo começar: a cantora Christina Aguilera enganou-se a cantar o hino nacional e, pouco antes, o Presidente da nação deu uma entrevista a Bill O'Reilly, da Fox News, a estação de televisão colada aos conservadores e que muitas vezes critica as políticas apelidadas de “socialistas” de Barack Obama. Este foi o terceiro ano consecutivo que Obama aceitou participar numa entrevista em directo antes do Super Bowl, tipicamente o evento televisivo mais visto do ano. Durante a entrevista de 15 minutos, que o “LA Times” descreve como um “confronto” entre Obama e o comentador conservador, O'Reilly perguntou ao Presidente se ele é a favor da redistribuição da riqueza, se está preocupado com o desenlace da sua lei da saúde e se se reposicionou ao centro desde que os democratas perderam a Câmara dos Representantes no passado dia 2 de Novembro. “Sou a mesma pessoa”, disse Obama. “O meu objectivo prático é saber como podemos inovar, educar, construir, competir com o resto do mundo. Como criamos trabalho aqui na América, como é que nos podemos certificar que os negócios estão a crescer? Estamos a certificar-nos que os americanos podem viver o sonho americano? É que agora mesmo eles não sentem estar a vivê-lo”, disse o Presidente. Obama negou categoricamente ter algum dia sido um ideólogo da esquerda no que toca à distribuição da riqueza, ao contrário do que apregoam muitos dos seus críticos. “Não subi os impostos uma única vez. Pelo contrário, baixei os impostos nos últimos dois anos”, disse. Acerca das reformas no sector da saúde - depois de, em Março último, Obama ter finalmente aproximado os Estados Unidos da cobertura universal em termos de cuidados médicos -, o Presidente desdramatizou o recente chumbo da sua reforma na saúde na Câmara dos Representantes. Este chumbo - que foi a primeira grande votação do novo Congresso americano - foi, aliás, sobretudo simbólico, uma vez que não terá efeitos práticos nos próximos dois anos. A maioria democrata no Senado e o direito de veto do Presidente bloquearão a proposta dos republicanos. Obama aproveitou a ocasião para defender a sua visão: “Não há nada de socialista acerca disto. Isso é dizer à América - cada um de nós será responsável acerca do sistema de saúde”. Obama pede transição pacífica no EgiptoO Egipto foi igualmente um dos temas mais abordados da conversa. O Presidente Obama disse estar confiante que um novo governo egípcio irá continuar a ser parceiro dos Etados Unidos e aproveitou, mais uma vez, para pedir ao Presidente egípcio Hosni Mubarak que permita uma transição pacífica para um novo governo representativo no país. “O Egipto não vai voltar a ser o mesmo”, disse Obama. “Os egípcios querem liberdade, querem eleições justas, querem um governo representativo, querem um governo responsável. Por isso, aquilo que nós dissemos foi: é preciso começar a fazer a transição agora”. Obama indicou ainda que a Irmandade Muçulmana - o principal grupo organizado de oposição no Egipto - deverá fazer parte da transição, mesmo admitindo que alguns ramos da ideologia do grupo sejam anti-EUA. “A Irmandade Muçulmana é uma facção no Egipto. Ela não tem um apoio maioritário”, acrescentou Obama. “Há uma série de forças seculares no Egipto. Há uma série de educadores e de forças da sociedade civil no Egipto que também querem vir para a ribalta. É por isso importante não pensarmos que só há duas opções e que elas são a Irmandade Muçulmana ou os egípcios oprimidos”, disse Obama.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA