Protestos alastram a várias cidades egípcias
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-02-09
SUMÁRIO: Os protestos no Egipto continuam a alastrar. Há informações de que os manifestantes incendiaram o edifício do governador de Port Said, cidade à entrada do canal do Suez. Surgiram também notícias de que pelo menos três pessoas morreram e centenas ficaram feridas em confrontos, ontem, com a polícia no Sul do país.
TEXTO: No Cairo, epicentro da revolta, a situação permance tensa. Várias centenas de manifestantes tentaram durante a manhã bloquear o acesso ao Parlamento egípcio, noticia a AFP. A Assembleia é dominada pelo Partido Nacional Democrata (PND) do Presidente Hosni Mubarak, cuja demissão está a ser exigida nas ruas diariamente por milhares de pessoasAs forças de segurança mobilizaram militares e carros blindados para proteger o edifício, que fica próximo da praça Tahrir, no centro da capital, ocupada há semanas pelos manifestantes. Mas mais uma vez o Exército não chegou a usar a violência. “Viemos para impedir que os membros do PND possam entrar. Vamos ficar até que as nossas exigências sejam cumpridas, ou morreremos aqui”, declarou à agência francesa Mohammed Abdallah, 25 anos, enquanto a multidão acenava com bandeiras e gritava “slogans” anti-Mubarak. “O povo não elegeu o Parlamento”, disse por seu lado Mohammed Sobhi, um estudante de 19 anos. “Queremos a queda do regime inteiro, não apenas do Presidente porque tudo foi corrompido por ele. ”E apesar dos avisos feitos pelo Governo, que insiste na necessidade de um regresso à normalidade, há sinais de endurecimento da parte da oposição. O movimento 6 de Abril, um dos grupos que nasceu no Facebook, reiterou que não aceita negociar enquanto Mubarak não abandonar o poder, noticiou o "Guardian". O Presidente "perdeu toda a sua credibilidade e nunca a reconquistará, porque o povo egípcio sabe agora como lutar pelos seus direitos e está disposto a morrer por isso", lê-se numa mensagem enviada a todos os signatários da página. A Al-Jazira noticiou, entretanto, que os sindicatos egípcios estão a aderir ao movimento pró-democracia. Há notícia de greves em várias cidades, incluindo Suez e o pólo industrial de El-Mahalla El-Kubra, para exigir aumentos de salários e melhores condições de trabalho. Segundo a mesma fonte, cerca de 10 mil pessoas terão aderido às paralisações nas últimas 24 horas. Emigrantes regressam para se manifestarDo Cairo, a estação por satélite árabe descreve a praça Tahrir como um gigantesco acampamento. Os manifestantes estão mais motivados e mais determinados a cada dia que passa”, indicou o activista Ahmad Salah à Al-Jazira. “O movimento está a crescer. ”A Al-Jazira refere que se tem assistido nos últimos dias ao regresso de muitos emigrantes ao Egipto, a fim de poderem participar nas mega manifestações contra o regime. Os protestos duram desde o dia 28 de Janeiro e já fizeram Mubarak prometer reformas constitucionais e que não disputará um novo mandato nas eleições de Setembro, depois de 29 anos no poder. As promessas não apaziguaram os protestos, onde se continua a exigir a sua saída imediata. Na terça-feira, os Estados Unidos – que têm sido um aliado do regime egípcio – anunciaram os quatro passos que o Cairo deveria dar para pôr um fim à crise: acabar imediatamente com as detenções, perseguições e espancamentos de jornalistas e activistas políticos e da sociedade civil, e permitir a liberdade de reunião e expressão; “levantar imediatamente a lei de emergência”; alargar a participação no diálogo nacional de forma a incluir uma gama alargada de membros da oposição; e convidar a oposição como parceiro para a elaboração de um roteiro e um calendário para a transição. As recomendações foram feitas pelo vice-presidente norte-americano, Joe Biden, depois de o seu homólogo egípcio, Omar Suleiman, ter dito que o país ainda não está pronto para a democracia. Os comentários “foram particularmente inúteis”, reagiu o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs. Notícia actualizada às 14h55
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos lei violência