Estudo põe em causa cirurgia agressiva do cancro da mama
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DATA: 2011-02-10
SUMÁRIO: A cirurgia total dos gânglios linfáticos na região das axilas, uma das principais formas de combater a expansão do cancro da mama, mas que pode ter efeitos secundários indesejados, nem sempre é necessária, sugere um estudo publicado esta semana na revista científica Journal of American Medical Association (JAMA).
TEXTO: O primeiro passo na progressão do cancro da mama pelo corpo é a invasão dos gânglios linfáticos localizados nas axilas. É nestes órgãos, importantes para o sistema imunitário, que as células do cancro “nascidas” no tecido mamário se alojam e continuam a sua multiplicação. Por isso, depois dos médicos diagnosticarem cancro da mama, verificam o estado dos gânglios da mulher. Se o cancro tiver atingido um dos gânglios linfáticos (nesta região existem muitos), os médicos retiram todo o tecido. Mas este procedimento pode fazer com que a mulher fique com complicações no braço, como inchaço em diferentes graus ou dormência. Há casos, extremos, em que as doentes perdem a mobilidade do braço. O novo estudo, da Universidade da Califórnia, avaliou durante cinco anos, entre 1999 e 2004, a eficácia de uma cirurgia mais ligeira que é aplicável nos estados iniciais do cancro. A diferença é que apenas se retira o gânglio afectado, em vez de remover todos. Os resultados de sobrevivência são positivos: 92, 5 por cento das mulheres do estudo sobreviveram com a cirurgia mais limitada, enquanto na cirurgia mais agressiva sobreviveram 91, 8 por cento. O artigo no JAMA diz ainda que 83, 9 por cento das mulheres submetidas ao novo procedimento não tiveram reincidência da doença — mais 1, 7 por cento do que o grupo controlo, a que foram removidos todos os dos gânglios. Mas serão necessários mais anos para confirmar estes resultados. “Esta mudança melhoraria o resultado clínico em milhares de mulheres anualmente, ao reduzir as complicações da cirurgia dos gânglios linfáticos axilares, sem que houvesse diminuição da sobrevivência”, diz o artigo, citado pela Reuters. Estes resultados vão é contra uma prática enraizada: estas cirurgias, segundo o New York Times foram interiorizadas pela comunidade médica há um século, e são acompanhadas por quimioterapia e radiação, para matar as células cancerosas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave mulher comunidade doença estudo mulheres corpo