Exército egípcio promete transição para “poder civil eleito”
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DATA: 2011-02-13
SUMÁRIO: Os militares egípcios prometeram uma “transição pacífica” para um “poder civil eleito”. O Conselho Superior das Forças Armadas, a quem o ex-Presidente Hosni Mubarak cedeu o poder, garantiu ainda que no período de transição, a nova autoridade vai “respeitar todos os tratados”, algo que preocupava Israel.
TEXTO: Muitos egípcios – e analistas – temem que a saída de Mubarak apenas tire de cena a figura principal de um regime até então sustentado por dois pilares, o Exército e os empresários que dominavam a economia. O líder do Conselho Superior das Forças Armadas é Mohamed Tantawi, que ocupou nos últimos 20 anos o cargo de ministro da Defesa e que era visto como próximo de Mubarak. Na remodelação apressada que o antigo Presidente fez tentado responder aos protestos, Tantawi foi até promovido a vice-primeiro-ministro (mas agora terá sido próprio Tantawi uma figura essencial na decisão de afastar Mubarak). Este governo manter-se-á, entretanto, em funções para tratar dos “assuntos correntes”, segundo uma comunicação lida na televisão por um alto responsável militar. Enquanto isso, activistas pró-democracia já lançaram um comunicado com exigências à nova autoridade. Pedem a dissolução deste Governo e a suspensão do Parlamento que saiu das eleições de Novembro, marcadas por graves irregularidades. Querem ainda uma autoridade provisória constituída por quatro civis e um militar, que prepare uma eleição para daqui a nove meses. Neste espaço de tempo, pedem, deve ser elaborada uma nova Constituição, deve haver liberdade dos media e dos sindicatos, e possibilidade de formar partidos políticos. E os tribunais militares e de emergência (que têm servido para julgar dissidentes sob capa da ameaça à segurança nacional) devem ser abolidos. A vassoura é uma armaNa ressaca da festa, muitos dos que pediram mudança na praça Tahrir voltaram ao local. Exaustos, mas felizes, demoraram um pouco a ler jornais, e ajudaram na limpeza. Uma menina varria a rua com uma vassoura quase da sua altura. “A nova arma é a vassoura”, brincava no Twitter o ciberactivista conhecido como SandMonkey. Algumas tarefas eram distribuídas através da rede de microblogging: “Pessoal, quem ainda estiver a ir para Tahrir: precisamos de tinta branca e rolos! Estamos a pintar e reconstruir pavimentos” – uma parte destes foi destruída quando na violência do auge dos protestos os manifestantes partiram os pavimentos para obter pedras para usar contra as forças policiais que as atacavam. Na praça ainda havia muitos sinais dos 18 dias de acampamento de muitos manifestantes que não arredaram pé até Mubarak sair, como um monte quase piramidal de cobertores coloridos. As operações de limpeza misturavam-se com festejos. Manifestantes e soldados, que tinham passado estes dias numa convivência de quase neutralidade, abraçavam-se e limpavam, uns retirando lixo, outros o arame farpado. As pessoas ainda se abraçavam, ainda se beijavam, ainda cantavam, ainda agitavam bandeiras do Egipto. Muitos não dormiram: No Twitter alguém perguntava a Wael Ghonim, o executivo da Google que se tornou a face dos jovens-do-Facebook que marcaram os protestos, quando é que ele dormia: “Quando não estou tão entusiasmado”, respondeu Wael Ghonim, antes de twitar: “Bom dia Egipto! Senti a tua falta nos últimos 30 anos!”Notícia actualizada às 15h46
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave violência