Cardeal-patriarca de Lisboa já escreveu ao Papa a carta de renúncia
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DATA: 2011-02-18
SUMÁRIO: O cardeal-patriarca de Lisboa já escreveu ao Papa Bento XVI a carta de renúncia ao cargo, um passo obrigatório segundo o direito canónico para os bispos que atinjam os 75 anos, idade que D. José Policarpo atinge no próximo dia 26.
TEXTO: A notícia foi dada esta manhã pelo próprio, num encontro com jornalistas, onde também foi apresentado o novo aspecto da página do patriarcado de Lisboa na internet. “Ontem mesmo escrevi a carta ao Papa. Está previsto no direito canónico que um bispo, quando faz 75 anos, pede ao Santo Padre a resignação do seu mandato e fica à espera da sua decisão”, afirmou o cardeal. Nascido em 1936, D. José Policarpo é patriarca de Lisboa desde 1998 e padre desde 15 de Agosto de 1961 – este ano, completa 50 anos sobre a sua ordenação e a data é pretexto para um conjunto de iniciativas que a evocam. Na mesma ocasião, o patriarca afirmou ainda que aguardará agora a resposta do Papa. Bento XVI poderá aceitar imediatamente ou prolongar por algum tempo a manutenção no cargo. Mas o destinatário ainda nem sequer recebeu o pedido formal de renúncia: a carta será entregue durante a tarde de hoje na nunciatura apostólica (embaixada) do Vaticano em Lisboa, antecipando a própria data de aniversário. “A partir de hoje, eu próprio fico à espera da resposta e da orientação do Santo Padre”, afirmou D. José, que pediu “bom senso” a respeito desta situação, mas sem especificar a que se referia. “O Santo Padre tem liberdade completa de aceitar imediatamente ou de prolongar por mais um ano, a não ser que haja motivos imediatos. Mas, quando as pessoas estão bem, que graças a Deus é o meu caso, o Santo Padre tem liberdade completa” de fazer o que entende, acrescentou o cardeal Policarpo. Desde há meses que corre, entre o clero e alguns leigos mais destacados do Patriarcado, que D. José ficará no cargo pelo menos mais um ano. Quando se trata de cardeais sem grandes problemas de saúde, o Papa Bento XVI tem-lhes pedido que fiquem no lugar cerca de dois anos depois de completar os 75. O próprio Papa teria equacionado na hipótese de prolongar a idade canónica de resignação para os 77 ou 78 anos, embora essa hipótese não tenha avançado, pelo menos por enquanto. Sobre a sua sucessão, D. José disse que o processo não é da responsabilidade de “quem sai” e que ele próprio quer ter uma “influência mínima na escolha” do sucessor. A forma como as coisas são feitas está de acordo com “um ritmo que está perfeitamente adquirido na Igreja”. A escolha é feita a partir de uma “consulta muito ampla”, liderada pela nunciatura. Seleccionados os nomes de eventuais bispos, eles são reduzidos a três nomes – a terna – que são de novo sujeitos a um processo de auscultação. Normalmente, apenas são ouvidos padres na consulta – um processo que cada vez mais católicos contestam, por não se sentirem parte de decisões que dizem respeito à vida da Igreja. Para a sucessão de D. José Policarpo, há para já um nome forte – o do actual bispo do Porto, D. Manuel Clemente. Oriundo do clero do patriarcado de Lisboa, o bispo Clemente pode voltar à sua diocese de origem, onde exerceu já cargos de responsabilidade e onde começou por ser bispo auxiliar. Mas a escolha do nome dependerá da altura exacta em que o processo for desencadeado. Para os 50 anos de sacerdócio de D. José Policarpo, nascido em Alvorninha (Caldas da Rainha), estão previstas várias conferências e encontros, a publicação de livros e a celebração de diversos actos litúrgicos. O ponto alto será uma missa na Sé de Lisboa, a 15 de Agosto, onde também participarão os jovens que, dias depois, estarão em Madrid para a Jornada Mundial da Juventude, presidida pelo Papa. Notícia substituída às 15h35
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave rainha