Habitantes de Carvalhas fazem vigília para impedir entrega de criança ao pai
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DATA: 2011-02-21
SUMÁRIO: Cerca de 60 habitantes da freguesia de Carvalhas, Barcelos, organizaram este domingo uma vigília para impedir que uma criança fosse entregue ao pai por suspeitarem que “abusa sexualmente dela”, apesar de o Tribunal de Barcelos ter dado a guarda da menor ao progenitor.
TEXTO: Em declarações à agência Lusa, a mãe da criança, uma menina de sete anos, contou que esta é fruto do relacionamento “fortuito” que teve com o pai. Cerca de 60 habitantes de Carvalhas reuniram-se à porta da casa da mãe da criança para tentarem impedir que o pai levasse a menina “à força”. Segundo contaram à agência Lusa alguns dos presentes na concentração, “esta história arrasta-se desde que a menina tem três anos”. Na altura, contaram, “ a mãe da menina notou que ela quando vinha de casa do pai vinha com marcas nas perninhas. Até pensou que podiam ser do cinto da cadeira do carro e avisou o pai”. A mãe da menina confirmou esta versão à agência Lusa e adiantou que quando falou com o pai sobre o assunto “ele reagiu com violência e negou fazer mal à filha, mesmo sem ter sido acusado de nada”. Passados alguns dias, “a bebé começou a ter atitudes agressivas depois de estar com o pai e começou a contar coisas estranhas”. A menina “dizia que o pai era mau" e descrevia cenas que levaram a família e os vizinhos a suspeitarem de abuso sexual, disse à Lusa o avô da criança. A mãe diz que sempre teve a guarda da criança. "Mas depois de ter acusado o pai da minha filha de abusar dela o tribunal resolveu dar a guarda dela ao pai”, garante. A entrega da menor estava combinada entre a mãe e o pai para este domingo ao final da tarde, altura em que os habitantes da freguesia se reuniram no caminho que dá acesso à moradia onde a menina vive com a mãe e a avó. O grupo assegurou que não tinha como objectivo “impedir que se cumprisse a lei, mas que o pai levasse a menina contra a vontade dela”. “Se a menina quiser ir, ninguém diz nada”, garantiram. No entanto, depois da hora marcada, o pai mandou uma mensagem de telemóvel à mãe da criança a avisar que "não ia buscar a filha porque não estavam reunidas as condições para que isso acontecesse”, revelou a mãe à Lusa. A agência Lusa tentou hoje, sem êxito, contactar o pai da criança.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave filha lei violência concentração tribunal criança sexual abuso