Cândida Almeida confirma que acusação no caso de Rui Pedro não resultou de provas novas
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DATA: 2011-02-27
SUMÁRIO: A directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) elogiou hoje todo o trabalho que levou recentemente a uma acusação no caso do desaparecimento de Rui Pedro, 13 anos depois do início das investigações. Cândida Almeida, que lamenta a demora em avanços no processo, confirmou, no entanto, que a acusação não foi feita com base em provas novas.
TEXTO: Cândida Almeida, que falava em declarações à TSF, elogiou a equipa que actualmente analisou todo o processo, numa “investigação profunda”, como sublinhou, que levou à acusação por rapto qualificado de Afonso D, o presumível responsável pelo desaparecimento de Rui Pedro em 4 de Março de 1998, em Lousada. A procuradora-geral adjunta explicou que a equipa fez a reconstituição do que se passou o que permitiu “ir ao fundo da questão”, apesar de não terem sido recolhidas novas provas mas antes exploradas as já existentes. “As pistas estavam abertas mas nenhuma explorada até ser encerrada”, sublinhou, depois de voltar a elogiar a “excepcional qualidade técnica e humana do magistrado” que nos últimos anos dirigiu a acusação. Soube-se ontem que o suspeito pelo desaparecimento de Rui Pedro foi acusado de rapto qualificado. Para incriminar o arguido, o procurador do DCIAP baseou-se nos depoimentos de amigos e colegas de Rui Pedro, à data com 11 anos de idade, nas declarações de familiares da vítima e de uma prostituta ao encontro de quem o arguido levou o menor para ter relações sexuais no dia em que desapareceu. Este encontro decorreu numa zona de prostituição em Lustosa, concelho de Lousada, e terá sido o último contacto conhecido que a vítima teve, apurou a Polícia Judiciária. Nos últimos 13 anos, os investigadores desenvolveram inúmeras diligências a nível nacional e internacional para determinar o paradeiro de Rui Pedro. Grande parte delas basearam-se num elevado número de informações e denúncias que colocavam o menor ora em Portugal ora em vários outros países, subjugado por pessoas ou organizações criminosas relacionadas com o tráfico de pessoas ou com situações de exploração sexual. Os investigadores tentaram, em vão, esclarecer se Rui Pedro terá sido raptado por redes de pedofilia e tráfico de pessoas para exploração sexual e também não encontraram qualquer vestígio que apontasse para que o menor pudesse ter sido vítima de homicídio.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homicídio prostituição sexual desaparecimento rapto prostituta