Grupo de 15 portugueses a viver em Sohar encontra-se bem
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-02-28
SUMÁRIO: Um grupo de nove quadros portugueses e respectivas famílias, no total de 15 pessoas, a viver em Sohar, em Omã, encontra-se bem, tranquilo, mas com expectativa em relação aos próximos dias, disse ao PÚBLICO José Maria Silva, um dos elementos. Protestos registados ontem na segunda maior cidade deste sultanato do Golfo causaram dois mortos, após intervenção policial.
TEXTO: Os portugueses são quadros de uma empresa luso-omanita cimenteira e de pré-fabricados, a Omani Portuguese Cement Products. José Maria Silva é o gestor da empresa com dois anos de actividade e que tem agora um projecto a arrancar em Sohar, no norte do país junto à fronteira com os Emirados Árabes Unidos, e outro previsto para Al Duqm, a sul, mais próximo da Arábia Saudita. “Não estou preocupado”, disse José Maria Silva em contacto telefónico, garantindo que é esse também o sentimento do grupo. Depois de ter testemunhado o início de uma concentração de jovens no sábado à noite junta da rotunda no centro de Sohar, onde se deram os incidentes horas mais tarde, o gestor voltou a passar ontem ao final da tarde no local. Diz que se mantinham lá, sentados e a comer. Durante o dia, veículos pesados foram vandalizados e incendiados bem como a residência do chefe local da polícia, um supermercado assaltado e a intervenção policial terá ocorrido quando os manifestantes atacaram veículos junto a uma clínica à qual recorre especialmente a comunidade de imigrantes indianos. Garante, contudo, que se tratou de “um caso isolado, que não se sentiu em mais nenhuma parte da cidade”. Estes portugueses, bem como os residentes na capital, Muscate, contactados pelo PÚBLICO, estão confiantes que os incidentes vão parar em breve. Recusam comparar a situação com a turbulência que se vive em outros países no Médio Oriente, nomeadamente o Bahrein e o Iémen. Invocam a longa estabilidade de Omã, o desenvolvimento económico sustentado do país e o seu investimento na educação, nas quatro décadas lideradas pelo sultão Qaboos bin Said. Isto, sublinham, apesar de o país possuir muito menos recursos de petróleo e gás que os seus vizinhos ricos do Golfo. A produção de Omã não chega a 900 mil barris diários. “Não acredito que isto mude o país”, comenta Manuel Tavares, gestor de outra empresa com parceria entre a Monte Adriano e parceiros omanitas na área da construção e saneamento básico. Também Pedro Delfino, que lançou uma empresa de desporto e lazer no país não vê motivos de preocupação, mas espera que o sinal de regresso à normalidade surja já hoje. Já José Maria Silva queria mesmo era saber se a frota de 26 camiões de cimento da empresa vai poder passar hoje na rotunda, as quatro a cinco vezes normalmente necessárias e sem paragens. Na véspera dos incidentes, o sultão Qaboos bin Said remodelou parcialmente o Governo, decretou o aumento dos subsídios para os estudantes do ensino superior das áreas tecnológicas e das ajudas salariais aos funcionários públicos e ainda a criação de uma entidade reguladora independente de defesa do consumidor. A jornalista viaja a convite do Governo de Omã
REFERÊNCIAS:
Étnia Árabes