EUA colocam meios militares em redor da Líbia
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento -0.1
DATA: 2011-03-01
SUMÁRIO: Os Estados Unidos colocaram forças navais e aéreas em redor da Líbia, numa altura em que vários países avaliam a hipótese de pressionar por meios militares o regime de Muammar Khadafi, ainda que a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, tenha garantido, numa reunião do Conselho dos Direitos Humanos da ONU em Genebra, que não está prevista qualquer acção militar com navios norte-americanos.
TEXTO: O anúncio foi feito por um porta-voz do Pentágono, Dave Laplan, citado pela AFP. “Estão a ser estudados vários planos e possibilidades e podemos dizer que, tendo em conta isso, estamos a reposicionar as forças para ter a flexibilidade necessária quando as decisões forem tomadas”, disse aos jornalistas. Horas antes, um porta-voz da Casa Branca tinha considerado que o exílio de Khadafi é “uma possibilidade” e que os EUA estavam a avaliar a hipótese de impor uma zona de exclusão aérea no país para impedir as forças de Khadafi de atacar os opositores. Mas o coronel que governa a Líbia há 42 anos mantém-se inflexível, e esta segunda-feira voltou a reiterar, numa entrevista a um jornalista da estação de televisão ABC, que não tenciona abandonar o país ou o poder, e tal como em discursos anteriores voltou a apelar aos líbios para o apoiarem. “O meu povo adora-me, morrerá para me proteger”. Os Estados Unidos anunciaram também o envio de duas equipas humanitárias para a fronteira da Líbia com a Tunísia e o Egipto, onde há agora milhares de pessoas que fugiram aos confrontos. Hillary Clinton disse estar “extremamente preocupada” com a situação e anunciou o “envio imediato” de equipas humanitárias, para além da disponibilização de 10 milhões de dólares da agência norte-americana para o desenvolvimento internacional USAID para operações humanitárias de emergência. “A nossa prioridade é manter o fornecimento de medicamentos”, adiantou Clinton. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, já fugiram da violência na Líbia cerca de 110 mil pessoas. “Khadafi deve abandonar o poder imediatamente”O Presidente norte-americano Barack Obama apelou na semana passada ao fim da violência na Líbia e à tomada de uma decisão conjunta da comunidade internacional para resolver o conflito no país. Esta segunda-feira, no âmbito do encontro da ONU em Genebra, Clinton defendeu a preparação de “medidas suplementares” e disse que Muammar Khadafi deve afastar-se do poder “imediatamente”. “Devemos todos trabalhar em conjunto para a aplicação de medidas suplementares quanto ao Governo de Khadafi, para fornecer ajuda humanitária e apoiar o povo líbio na sua transição para a democracia”, disse a chefe da diplomacia norte-americana. Tal como dissera nas suas primeiras declarações após o início dos confrontos, que já se prolongam desde 15 de Fevereiro, Clinton reiterou que serão avaliadas “todas as opções possíveis”, e adiantou: “Como lhes dissemos, nada está excluído uma vez que o Governo líbio continua a ameaçar e a matar os seus cidadãos”. A secretária de Estado sublinhou também que Khadafi está a recorrer a mercenários para se manter no poder e reprimir a população e adiantou que o líder líbio deve “responder por esses actos que violam as obrigações internacionais e a decência”. Por fim, resumiu numa frase o seu principal apelo, que é também aquele que se tem ouvido em várias cidades da Líbia. “Está na hora de Khadafi sair, agora, sem mais violência e sem mais demoras”. As declarações de Clinton seguiram-se à aprovação, pelo Conselho de Segurança da ONU, de sanções contra Khadafi e o seu círculo. Em simultâneo, e num sinal da crescente pressão diplomática que se ergue em redor do líder líbio, a União Europeia confirmou esta segunda-feira a imposição de sanções ao regime de Trípoli. As medidas, idênticas às aprovadas pelo Conselho de Segurança e às que vários países adoptaram unilateralmente, incluem o congelamento de bens e a proibição de concessão de vistos ao coronel Muammar Khadafi e a 25 familiares e aliados, bem como um embargo à venda de armas ao regime.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU EUA