Obama diz que Khadafi deve sair
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-03-04
SUMÁRIO: Barack Obama anunciou que irá ser enviado um avião militar para ajudar a deslocar refugiados da fronteira com a Líbia, apelou ao fim da violência e defendeu que Khadafi “já não tem legitimidade para liderar e deve sair”.
TEXTO: “A violência deve parar”, disse o Presidente norte-americano em conferência de imprensa, ao lado do homólogo mexicano Felipe Calderón, que recebeu esta quinta-feira na Casa Branca. Deixou também um aviso aos responsáveis pelos ataques contra civis na Líbia. “A violência perpetrada contra civis está a ser acompanhada e os responsáveis irão responder por isso. ”Um avião militar norte-americano irá ajudar a retirar os cidadãos egípcios que se encontram bloqueados na fronteira entre a Líbia e a Tunísia, anunciou Obama. A França também já anunciou que nos próximos dias irá disponibilizar seis voos diários para retirar refugiados e o Reino Unido também irá participar na operação de evacuação. O Presidente norte-americano adiantou que “todas as opções” estão em aberto, incluindo a militar. “Já pedi ao Departamento de Defesa, bem como ao Departamento de Estado e a todos os que estão implicados em questões internacionais para avaliar todas as possibilidades”. E adiantou: “Quero que tomemos decisões com base no que for melhor para os líbios, em conjunto com a comunidade internacional”. O chefe do Estado-maior Interarmas norte-americano, almirante Michael Mullen, considerou que a instauração de uma zona de exclusão aérea na Líbia, uma questão que tem sido debatida há vários dias e que teria como um dos objectivos impedir Khadafi de atacar civis, será “extraordinariamente complicada”. Pela primeira vez desde o início dos confrontos foram raptados na Líbia, por forças leais a Khadafi, soldados estrangeiros que estavam a participar em operações de evacuação. Três militares holandeses foram sequestrados na cidade portuária de Sirte e na operação de resgate de civis, que fracassou, foram ainda capturados dois civis, um holandês e outro de um país europeu não especificado, anunciou Otte Beeksma, porta-voz do Ministério da Defesa. Segundo a Liga Líbia para os Direitos humanos, os confrontos que se prolongam há duas semanas, e que esta quinta-feira se concentraram sobretudo na cidade de Brega, já causaram cerca de 6000 mortos. Mais de 80 mil pessoas chegaram desde 20 de Janeiro ao posto fronteiriço de Ras Jedir para tentar entrar na Tunísia, e a afluência de refugiados estará a criar uma crise humanitária. Já foi criada uma ponte aérea com o Egipto e a União Europeia anunciou a disponibilização de 30 milhões de euros. Mediação de Chávez recusadaO Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tinha-se disponibilizado para intermediar uma trégua entre o coronel Muammar Khadafi e os rebeldes, mas essa oferta foi rejeitada pela oposição que exige a mudança de regime na Líbia. “A nossa posição é muito clara. É muito tarde, já correu muito sangue”, disse um porta-voz da oposição, Moustapha Gheriani. Mais tarde, foi o próprio filho de Khadafi, Saif al-Islam Khadafi, quem rejeitou a proposta do Presidente venezuelano, ao dizer que não há necessidade de qualquer intervenção estrangeira. Numa entrevista à Sky News, agradeceu a oferta de Chávez, mas adiantou que a Líbia é “capaz de resolver as suas questões”. Não foram conhecidos os detalhes da proposta de Chávez – um aliado de Khadafi que qualificou as notícias da violência na Líbia como “exageradas”, mas a oferta dificilmente teria pernas para andar após a rejeição por parte dos revoltosos e da comunidade internacional.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos humanos violência exclusão filho comunidade humanitária