Líderes mundiais ponderam imposição de zona de exclusão aérea na Líbia
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-03-09
SUMÁRIO: Os Estados Unidos, junto com alguns dos parceiros na NATO, estão a analisar com cada vez maior determinação a possibilidade de levar a cabo uma intervenção militar na Líbia – incluindo a de uma zona de exclusão aérea – mesmo sem mandato expresso das Nações Unidas, antes tentado ganhar o apoio de outras organizações internacionais.
TEXTO: Responsáveis norte-americanos e europeus avançaram ao jornal “The Washington Post” que a luz verde para avançar sobre a Líbia, onde prosseguem os combates violentos entre as forças leais ao líder Muammar Khadafi e o movimento de revolta, poderá vir de grupos regionais como a Liga Árabe, a União Africana ou mesmo a União Europeia – onde, de resto, a ideia de intervenção militar contra o regime líbio é defendida pelo Reino Unido, França e Itália. Aquelas mesmas fontes lembraram que os ataques aéreos da NATO sobre a Sérvia em 1999, durante a guerra dos Balcãs, foram feitos sem um mandato das Nações Unidas. De resto, a NATO pôs já em marcha uma operação de 24 horas de apertada vigilância sobre o espaço aéreo e marítimo da Líbia, que os analistas leram como provável medida precursora da imposição da zona de exclusão aérea, que deverá impedir as forças leais a Khadafi de continuarem a bombardear as cidades “libertadas” pela rebelião. Além da zona de exclusão aérea, os norte-americanos e outros parceiros no seio da Organização do Atlântico Norte estão a analisar uma série de “opções militares” que não requerem a aprovação de uma resolução da ONU – a qual foi já demonstrado ser de difícil concretização dada a expressa oposição da Rússia e China. Entre essas alternativas está a criação de uma ponte aérea ou naval para fazer chegar ajuda humanitária ao território líbio nas mãos dos rebeldes – com muitas dessas cidades “libertadas” cercadas ou continuamente bombardeadas por Khadafi – assim como patrulhas marítimas para impedir a entrega de armamentos ao Governo líbio, é ainda avançando pelo “The Washington Post”. A hipótese da zona de exclusão aérea, de entre “uma panóplia total de várias respostas possíveis” à recusa de Khadafi em abandonar o poder, foi discutida ontem à tarde numa conversa telefónica entre o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron – foi indicado pela Casa Branca. Já esta manhã, no programa The One Show da BBC1, Cameron precisou que a conversa com Obama serviu para discutirem “o planeamento que tem que ser feito no caso de [o conflito na Líbia] continuar e no caso de ele [Khadafi] fazer coisas horríveis ao seu povo”. “Acho que não podemos ficar de lado a ver e deixar isto acontecer”, explicou Cameron, que, a par do Governo francês, tem sido um forte defensor na Europa da aplicação imediata da zona de exclusão aérea sobre a Líbia – a qual envolve a destruição das defesas aéreas do país. Porta-voz de Downing Street avançou entretanto que o Presidente norte-americano e o chefe do Governo britânico tiveram “uma conversa muito detalhada sobre as opções militares e diplomáticas” para a Líbia e “acordaram em pressionar para que se avance com um planeamento, incluindo no seio da NATO, sobre todas as respostas possíveis, incluindo a vigilância, a assistência humanitária, a aplicação do embargo ao armamento, e a zona de exclusão aérea, tendo-se ambos comprometido a coordenar os próximos passos”. Ainda segundo o “Washington Post”, responsáveis militares da NATO começaram ontem à noite a prestar informação detalhada aos governos dos países membros sobre as várias opções que vão ser apresentadas – amanhã – aos ministros da Defesa, numa reunião em Bruxelas. Tanto Estados Unidos como Reino Unido têm insistido que uma intervenção militar na Líbia precisa de receber um largo apoio internacional. Hillary Clinton insiste na necessidade de apoio da ONUCom todas estas movimentações de bastidores em curso, a diplomacia norte-americana mantinha ontem a posição firme de que uma eventual decisão de impor a zona de exclusão aérea é uma questão para as Nações Unidas, não devendo ser os Estados Unidos a tomar a iniciativa.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU NATO