Mulheres sentem-se culpadas quando levam trabalho para casa
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 12 | Sentimento -0.5
DATA: 2011-03-09
SUMÁRIO: As mulheres que levam trabalho para casa lidam mal com a situação e sentem-se culpadas por não conseguirem conjugar a vida profissional com a vida familiar. A conclusão faz parte de um estudo realizado pela Universidade de Toronto, no Canadá, publicado no Journal of Health and Social Behaviour.
TEXTO: As tecnologias de informação e comunicação, que possibilitam estarmos sempre ligados ao trabalho, são muitas vezes vistas como uma solução para a conjugação da vida pessoal e profissional. No entanto, a verdade, segundo o estudo citado pelo diário espanhol El Mundo, é que esta aparente facilidade acaba por trazer um preço para a saúde dos trabalhadores, ainda que com efeitos diferentes entre homens e mulheres. Os investigadores canadianos utilizaram dados de um inquérito nacional feito a trabalhadores americanos e estudaram a frequência com que os participantes estavam fora do escritório ligados ao trabalho, através de telefone, email ou mensagens escritas. Cruzando estes dados com os seus efeitos, o grupo descobriu que as mulheres que mais trabalho levavam para fora do escritório reportavam níveis de mal-estar mais elevados. Já os homens que levavam a mesma quantidade de trabalho para casa não se mostravam tão afectados com a situação. “Ao princípio pensámos que as mulheres estavam mais angustiadas pelos frequentes contactos de trabalho porque isto interferia com as suas responsabilidades familiares mais do que no caso dos homens. No entanto, este não era o caso. Descobrimos que as mulheres podiam conjugar as suas vidas laborais e familiares tão bem como os homens, mas que se sentiam mais culpadas por estarem sempre ligadas ao trabalho. Esta culpa parece ser o centro do mal-estar”, explicou Paul Glavin, responsável pelo estudo, citado pelo El Mundo. Por seu lado, Scott Schieman, co-autor do trabalho, sublinhou que os homens e mulheres têm muitas vezes expectativas diferentes sobre os limites que separam a vida familiar do trabalho, o que influencia as reacções emocionais. “A culpa parece ter um papel central na diferença entre mulheres e homens no que diz respeito a experiências associadas ao trabalho e à família. Ao mesmo tempo que as mulheres vão ganhando um papel mais preponderante a nível económico no agregado familiar, as fortes normas culturais continuam a pesar naquilo que são as responsabilidades familiares. Estas forças podem conduzir a que algumas mulheres se questionem ou se avaliem de forma negativa”, conclui Schieman.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens estudo mulheres