Jornalistas do "Guardian" e do "Estado de São Paulo" detidos na Líbia
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DATA: 2011-03-10
SUMÁRIO: O correspondente do “The Guardian” na Líbia e o jornalista Andrei Netto, do jornal brasileiro “Estado de São Paulo”, foram detidos pelas forças leais a Khadafi, segundo a organização Repórteres sem Fronteiras. Os jornalistas desapareceram no domingo.
TEXTO: Os dois jornalistas desapareceram na cidade de Zauia, no ocidente do país, cenário de violentos confrontos entre as forças revoltosas e as de Muammar Khadafi. Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras, foram detidos em local desconhecido. O jornalista brasileiro parece ter sido detectado entretanto – estará preso e a embaixada brasileira na Líbia está a tentar libertá-lo, avança o site do “Estadão”. As autoridades brasileiras estarão já a negociar a libertação, o "Estado de São Paulo" tinha deixado de conseguir contactar o repórter no domingo. "Tudo o que sabemos é que Netto está bem, fisicamente, e que o embaixador brasileiro na Líbia está a negociar a libertação", adiantou à Reuters Luciana Constantino, do "Estado de São Paulo". O embaixador da Líbia em São Paulo adiantou, por outro lado, que Netto está detido junto a Trípoli e será libertado em breve. Quanto a Ghaith Abdul-Ahad, que entrou na Libia através da Tunísia e tem feito reportagens para o “Guardian” durante as duas últimas semanas, não há ainda notícias, adianta o jornal, numa notícia assinada pelo editor do Médio Oriente, Ian Black. O último contacto com a redacção foi indirecto, através de uma outra pessoa, no domingo, quando estava em Zauia. O jornal britânico relata ter pedido ajuda ao Governo líbio de Trípoli, para que dê toda a assistência possível a Abdul-Ahad, que é um cidadão iraquiano e colaborador do “Guardian” desde 2004. Passou longos períodos a trabalhar como jornalista na Somália, Sudão, Iraque e Afeganistão e ganhou vários dos mais prestigiados prémios para correspondentes estrangeiros no Reino Unido, diz o jornal. Na quarta-feira, soube-se que forças de segurança leais a Khadafi mantiveram presa, durante 21 horas, uma equipa da BBC, cujos elementos foram agredidos e sujeitos a falsas execuções. Segundo o site da própria BBC, o trio de homens que constituía a equipa foi agredido com murros, joelhadas e coronhadas. Os guardas também simularam que iam executar a tiro a equipa. A Alta-Comissária das Nações Unidas para os Direitos do Homem, Navi Pillay, disse que a violência a que foram submetidos estes jornalistas "poderia constituir" actos de tortura. Os três homens tentavam chegar à cidade de Zauia, na segunda-feira, quando foram capturados. Já estão fora da Líbia. Notícia actualizada às 15h40
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos homens violência ajuda homem