Tropas de Khadafi prosseguem combates contra os rebeldes em Ras Lanuf
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DATA: 2011-03-11
SUMÁRIO: As forças leais ao líder líbio Muammar Khadafi entraram esta manhã em Ras Lanuf, na Líbia Oriental, avançando lentamente no terreno em combates com os últimos grupos de rebeldes naquela cidade petrolífera, depois dos intensos bombardeamentos da véspera.
TEXTO: “Os rebeldes disseram-nos que ainda restam alguns resistentes em Ras Lanuf e que os combates continuam, mas o exército já controla toda a zona e bloqueou as estradas não permitindo sequer o acesso de ambulâncias à cidade”, relata à agência noticiosa francesa AFP o médico Salem Langhi, o qual se encontra em Brega, cidade a pouco mais de 20 quilómetros para Leste que foi também intensamente bombardeada ontem. Com controlo aéreo sobre a região – que a revolta reivindicara numa sucessão de cidades “libertadas” nas últimas duas semanas – e depois de terem sido iniciados também bombardeamentos a partir do mar, as forças leais ao regime líbio parecem ter agora em curso a “grande ofensiva final” contra a rebelião que fora anunciada ontem pelo filho de Khadafi, Saif el-Islam. A televisão estatal líbia anunciava já que as forças leais ao coronel que governa o país há 42 anos tinham “expurgado” Ras Lanuf, depois dos bombardeamentos de ontem, em que morreram pelo menos 10 pessoas, segundo testemunhas locais. O correspondente da AFP na zona confirmou que a maior parte dos rebeldes se retiraram da cidade face ao avanço dos tanques do regime. E a agência noticiosa britânica Reuters citava um combatente da rebelião descrevendo a entrada das tropas do regime no centro da cidade: “Vi uns 150 soldados e três tanques. Pude ouvir trocas de tiros”, afirmou este homem, identificado como Ibrahim al-Alwani. Outro rebelde, Mohammed al-Mughrabi, conta também à Reuters que dezenas de tropas de Khadafi entraram na cidade por via marítima, uns “quatro barcos, com 40 ou 50 homens armados a bordo, atracaram junto ao hotel Fadeel”. “Estamos agora a combatê-los”, prosseguiu. E para lá de Ras Lanuf, em direcção a Leste, também Ujala e a cidade petrolífera de Brega – ambas na linha da frente do território nas mãos dos rebeldes – estão a ser hoje de novo bombardeadas. Esta manhã a televisão estatal líbia instava os habitantes das cidades do Leste a não participarem nas orações de sexta-feira, o mais forte dia religioso da semana para os fiéis muçulmanos, sob risco de ficarem ameaçados por “mercenários e grupos criminosos”. A capital, Trípoli, estava também de novo hoje sob reforço de segurança para impedir novas manifestações contra o regime depois das orações da manhã. Na “guerra de propaganda”, uma série de mensagens escritas de telemóvel, supostamente enviadas pelas autoridades líbias, garantiam hoje que as forças leais a Khadafi vão “em breve” recapturar as cidades de Adjabiya e Bengasi, bem dentro da Líbia Oriental sob controlo da rebelião. “Cidade de Adjabiya regozija pois o dia da libertação está perto”, diz uma destas mensagens. “Povo descontente de Bengasi prepara-te para a felicidade porque o dia da libertação está a chegar em breve”, dizia outra. O porta-voz do Conselho Nacional Líbio, a “cara política” da oposição, criado em Bengasi, defendeu por seu lado hoje que as forças de Muammar Khadafi “não são suficientemente numerosas” para manter sob o seu controlo as cidades que entretanto conquistaram na região Leste do país. “A linha da frente de batalha muda de hora para hora. Quando eles [as tropas do regime] bombardeiam fortemente uma zona podem depois entrar no terreno, mas não têm forma de a manter. Vão-se outra vez embora assim que deixam de ter cobertura aérea”, argumentou Mustafa Gheriani, citado pela agência noticiosa francesa AFP. Imigrantes forçados a combater por KhadafiJá esta manhã, a Liga líbia para os Direitos Humanos e a Federação Internacional de Direitos Humanos denunciaram, em comunicado conjunto, que as forças militares de Khadafi têm vindo a forçar imigrantes estrangeiros a combaterem contra os rebeldes.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos homens guerra humanos filho homem