Executivo do jogo Angry Birds diz que as consolas estão “a morrer”
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.45
DATA: 2011-03-16
SUMÁRIO: O responsável máximo pelo Angry Birds, um muito popular jogo para iPhone e Android, argumenta que o modelo de negócio das consolas não vai resistir à popularidade dos jogos baratos para telemóveis.
TEXTO: No conhecido evento de tecnologia South by Southwest, em Austin, no Texas, Peter Vesterbacka, da Rovio (a empresa finlandesa por trás do fenómeno Angry Birds), defendeu que os jogos para consolas - cujos preços tipicamente se situam nas dezenas de euros - são muito caros e que no sector dos smartphones e tablets pequenas empresas conseguem produzir jogos mais rapidamente. A Rovio é um exemplo deste modelo. O Angry Birds é um jogo de gráficos simples, em que pássaros são arremessados com uma fisga contra casas onde estão abrigados porcos – o objectivo é destruir a casa e muitos milhares de pessoas acham o conceito apelativo e viciante. O título tem tido um enorme sucesso, é uma presença constante nas listas de jogos mais descarregados para iPhone e tem tido presença abundante nos media, incluindo em conhecidos programas televisivos, como o The Daily Show, de Jon Stewart, e o programa de Conan O’Brien. Na loja da Apple, custa 79 cêntimos e quem não precisar de centenas de níveis pode experimentar versões gratuitas, com menos níveis. Na loja oficial do Android estão disponíveis duas versões grátis. Os jogos para smartphones (sobretudo para o iPhone e para o crescente mercado de modelos Android) está a agitar a indústria dos videojogos. Uma das razões é precisamente o facto de estes jogos serem muito baratos quando comparados com a esmagadora maioria dos jogos para consolas. Mesmo um jogo sofisticado pode custar poucos euros para quem o quiser ter no smartphone. A mais recente versão do jogo FIFA (uma das mais conhecidas séries de jogos de futebol, que tem a chancela da gigantesca produtora Electronic Arts) custa apenas quatro euros para ser jogado no iPhone. Muitos jogos custam bem menos do que isso e vários são até gratuitos. Muitas empresas de videojogos estão a apostar neste sector e estão a criar versões dos seus jogos para smartphones, o que inclui com frequência reedições de jogos antigos, em que o desenvolvimento já está feito e é apenas necessário fazer a transposição para a nova plataforma (a Sega, por exemplo, reeditou vários títulos). Muitas outras empresas têm surgido para desenvolver títulos especificamente para telemóveis e tablets. E mesmo programadores independentes têm a possibilidade de conseguir comercializar um jogo com sucesso, dado que não precisam de uma editora para entrarem no canal de distribuição. Recentemente, a Sony anunciou que alguns dos jogos para o primeiro modelo da PlayStation iam estar disponíveis para alguns telemóveis com Android (que a empresa também produz) – será a primeira vez que estes títulos poderão ser jogados em aparelhos que não as consolas da empresa. A previsão de Peter Vesterbacka já foi, porém, contestada na Web. Os best-sellers dos videojgos continuam a ser produtos procurados por milhões. Por exemplo, o jogo Call of Duty: Black Ops, que está disponível para consolas da Microsoft, Nintendo e Sony (e para computadores), atingiu a semana passada o estatuto de jogo mais vendido de sempre. Dependendo da plataforma, pode chegar a custar, em Portugal, um pouco mais de 70 euros. A própria Rovio, embora Angry Birds tenha conquistado a popularidade graças ao iPhone, faz questão de estar presente noutras plataformas, incluindo as PlayStations 3 e Portátil e em computadores pessoais. Em breve chegará ao Facebook. Recentemente, a empresa conseguiu um financiamento de firmas de capital de investimento na ordem dos 30 milhões de euros.
REFERÊNCIAS:
Países Portugal