Nuvem radioactiva deve chegar hoje aos EUA mas sem perigo para a saúde
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento -0.1
DATA: 2011-03-18
SUMÁRIO: Uma nuvem com poeiras radioactivas cruza os 8000 quilómetros do Pacífico e deve chegar hoje à Califórnia, onde os habitantes da costa oeste se preparam para a receber com alarme - ainda que os cientistas digam que não há perigo para a saúde.
TEXTO: Se falássemos de um tecido, esta nuvem de poeiras radioactivas das explosões de vapor da central de Fukushima I, no Japão, seria uma gaze ligeira, e não uma fazenda pesada. De acordo com o Instituto de Radioprotecção e de Segurança Nuclear francês (IRSN), que sublinha a falta de informação directa sobre a composição da nuvem, esta deverá ser formada por "elementos radioactivos quimicamente pouco reactivos, que ficarão na atmosfera sem se deporem no solo", e por elementos voláteis radioactivos", principalmente iodo 131 e césio 137. O progresso da pluma radioactiva é seguido por uma rede de 100 sensores de radiação espalhados por todo o território dos Estados Unidos, que funcionam 24 horas por dia, diz o jornal Los Angeles Times. E a vigilância desta RadNet, operada pela Agência de Protecção Ambiental (EPA), é complementada pelos 63 sensores da rede da Organização do Tratado Alargado de Proibição dos Testes Nucleares (CTBTO), uma agência internacional ligada às Nações Unidas. Apesar de o Pentágono ter começado ontem a evacuar as famílias dos militares colocados no Japão - acentuando a sensação de perigo para os norte-americanos, a Comissão Reguladora do Nuclear dos Estados Unidos sublinhou que não se esperam níveis perigosos de radioactividade. Nada como TchernobilA mensagem foi reforçada pelo próprio presidente Barack Obama, numa comunicação em que sublinhou o seu continuado empenho na energia nuclear. "Vou ser claro: Não esperamos que cheguem níveis elevados de radioactividade aos EUA, seja à costa oeste, ao Havai, ao Alasca ou aos territórios americanos do Pacífico. "O IRSN fez ainda simulações da dispersão atmosférica das partículas radioactivas de césio 137 (expressas em becquerels por metro cúbico de ar, abreviado como Bq/m3). Após o acidente de Tchernobil, a concentração de césio 137 na pluma radioactiva era da ordem de 100 à 1000 Bq/m3 nos países mais afectados. Na nuvem radioactiva formada no Japão por causa da central de Fukushima, serão de 0, 000001 Bq/m3. Essas mensagens não impediram uma corrida aos comprimidos de iodo nos últimos dias de pessoas que queriam tomá-los para saturar a tiróide, precavendo-se contra a contaminação por iodo radioactivo. E na China, que está bem mais perto das fontes de radiação da central de Fukushima I - que fica a apenas 2000 quilómetros de Pequim -, os acidentes nos reactores nipónicos desencadearam também uma reacção de pânico em cadeia. Houve uma corrida aos supermercados para comprar sal iodado, porque se espalhou o boato de que protegeria contra o cancro da tiróide, tal como os comprimidos de iodo. A coisa assumiu tais proporções que a agência reguladora da política económica chinesa lançou um aviso aos consumidores para pararem de comprar sal, e iniciou uma investigação sobre se haverá uma campanha propositada para levar as pessoas a açambarcar, comprando este produto a preços desmesuradamente altos.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA