Afinal Khadafi é um alvo ou não?
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DATA: 2011-03-22
SUMÁRIO: O ministro da Defesa do Reino Unido, Liam Fox, revelou hoje que Khadafi ser um alvo dos ataques da coligação à Líbia era “potencialmente uma possibilidade”. Ontem, um ataque da coligação atingiu um edifício do seu complexo em Trípoli.
TEXTO: A resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU que aprova uma intervenção militar na Líbia prevê “todas as medidas necessárias” para proteger os civis líbios (enquanto exclui a possibilidade de uma ocupação estrangeira). Tudo o resto é uma zona cinzenta, aberta a interpretações. E quando questionado sobre se seria o próprio Khadafi um alvo legítimo da operação, Fox afirmou: “Essa seria potencialmente uma possibilidade, mas é preciso mencionar imediatamente um dos problemas que poderíamos ter, que seria preciso ter em conta vítimas civis que resultassem dessa acção”. Esta não é uma posição consensual dentro da coligação que junta Londres, Paris e Washington. O secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, afirmou que atingir Khadafi seria “pouco sensato”, numa reacção aos comentários de Fox. A “coligação muito diversa” que age na Líbia tem em comum uma única coisa: “os termos da resolução do Conselho de Segurança”. “Se começarmos a juntar objectivos adicionais”, sublinhou, “acho que criamos um problema – além disso acho que não é sensato criar objectivos específicos que podemos ou não ser capazes de atingir”. Escudos humanos no bunkerEnquanto isso, a China, que se absteve na votação da resolução na ONU, veio criticar a intervenção militar acusando os países que levam a cabo a intervenção de violar a lei internacional. Um artigo no diário do Partido Comunista chinês, citado pela agência Reuters, comparava mesmo a intervenção na Líbia com a intervenção no Iraque em 2003. Nessa operação, atingir Saddam Hussein era um dos primeiros objectivos. O regime foi derrubado, mas Saddam sobreviveu aos ataques, sendo capturado mais tarde. Já na Líbia tem-se especulado sobre a possibilidade técnica de atingir Khadafi, que após um ataque aéreo dos EUA em 1986 mandou construir vários bunkers onde poderá procurar protecção – o paradeiro do coronel era ainda desconhecido, ainda que se especulasse que estaria no seu complexto em Trípoli, num bunker debaixo da tenda onde recebe os visitantes. Aliás, centenas de apoiantes de Khadafi deslocaram-se para as imediações do complexo no fim-de-semana, determinados a servir de "escudos humanos" contra um eventual ataque internacional. O jornal francês “Le Figaro” antecipava cenários militares e afirmava que com a tecnologia actual, seria "teoricamente concretizável" atingir os bunkers de fabrico suíço de Khadafi. Tão concretizável, contrapõe, como teria sido atingir Saddam em 2003: apesar de teoricamente possível, as forças lideradas pelos EUA não o conseguiram fazer.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU EUA