ONU diz que já há dezenas de milhares de deslocados na Líbia Oriental
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-03-23
SUMÁRIO: Os combates na região leste da Líbia podem ter já causado dezenas de milhares de deslocados e comprometido seriamente o fornecimento de serviços básicos e distribuição alimentar, avaliaram hoje as Nações Unidas.
TEXTO: No mesmo relatório a ONU frisa que existe um “elevado nível de incertezas” sobre a actual situação humanitária dentro do território líbio, onde a coligação internacional iniciou no passado sábado uma ofensiva de ataques aéreos contra as forças do contestado líder líbio, Muammar Khadafi – após ter recebido do Conselho de Segurança um mandato para “recorrer a todas as medidas necessárias para proteger os civis” naquele país. A agência calcula que estejam actualmente mais de 80 mil pessoas deslocadas dentro da Líbia, em fuga das suas cidades de origem devido aos combates. Mais de 335. 600 pessoas tinham já partido da Líbia desde o início desta crise, sobretudo para os vizinhos Tunísia (a ocidente) e Egipto (a leste) – e na sua esmagadora maioria cidadãos estrangeiros durante as primeiras semanas. O êxodo de estrangeiros começou pouco após a eclosão da rebelião armada contra Khadafi, a 17 de Fevereiro (dois dias depois das primeiras manifestações que o regime reprimiu violentamente), a que se juntaram mais tarde milhares de líbios, conforme as tropas do regime avançaram sobre as cidades “libertadas” pelos rebeldes. “A situação dos civis dentro e em volta de Ajdabiya [na Líbia Oriental), Misurata [no ocidente] e outras cidades onde os combates prosseguem continua a inspirar enorme preocupação”, nota em relatório o gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU. O mesmo documento contabiliza a morte de pelo menos 45 pessoas, incluindo crianças, entre segunda e terça-feira (a que carecem 189 feridos) nas batalhas de Misurata, e relata que a situação é “crítica” naquela cidade, “uma vez que não há água, nem combustível, nem electricidade”. As população nas cidades que estão a ser atacadas e cercadas pelas forças de Khadafi podem estar urgentemente a precisar da prestação de serviços básicos e alimentos, pois as redes normais de distribuição estão comprometidas pelos combates, sublinha aquela agência das Nações Unidas, exemplificando que “as necessidades de cuidados médicos na Líbia estão a aumentar drasticamente devido aos combates recentes e são ainda exacerbadas pela falta de pessoal clínico”. Nos últimos dias o alto comissariado das Nações Unidas para os refugiados (ACNUR) denunciara ainda relatos e testemunhos de que mulheres imigrantes de origem sub-sariana estão a ser raptadas e violadas por suspeitos líbios alegadamente membros dos grupos de mercenários que lutam ao lado das forças de Khadafi. Ao mesmo tempo, o ACNUR alertou que cidadãos com origem aparente da Nigéria são assassinados pelas forças rebeldes ao regime, sob suspeita de serem mercenários ao serviço do líder líbio.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU