NATO planeou operação dos aliados na Líbia para durar três meses
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DATA: 2011-03-25
SUMÁRIO: As forças da coligação internacional prosseguiram esta noite e madrugada os ataques aéreos contra as posições militares do contestado líder líbio Muammar Khadafi – incidindo sobre as cidades de Ajdabiya e a capital, Trípoli – pelo sexto dia da ofensiva, que responsáveis da NATO prevêem vir a durar três meses.
TEXTO: O chefe de estado-maior francês, almirante Edouard Guillaud, frisou hoje que a missão dos aliados – mandatada pela resolução 1973 das Nações Unidas para usar “todas as medidas necessárias para proteger os civis [na Líbia]” – irá prolongar-se, mas expressou expectativas de que não durante meses. “Duvido que seja uma questão de dias. Creio que serão semanas, e espero que não sejam meses”, disse numa entrevista à rádio France Info. Um responsável da NATO – que ontem assumiu o comando das operações de imposição da zona de exclusão aérea e do embargo de armas – avaliou por seu lado, esta manhã, que a missão está planeada “com a assumpção de que durará cerca de três meses”. “Mas se [o comando da NATO] concluir que é necessário prolongá-la, apenas terá que o dizer. A minha expectativa é que dure mais ou menos esses 90 dias”, disse esta fonte, sob anonimato, citada pela agência noticiosa britânica Reuters. “Não haverá um impasse militar no sentido estrito do termo, uma vez que evidentemente a solução é política. Há que encontrar soluções políticas, mas essa já não é a minha função”, prosseguira Guillaud, cujo país abriu as hostilidades contra o exército de Khadafi, no passado sábado, num primeiro raide aéreo sobre os arredores de Bengasi, a “capital” da rebelião que entrou em confronto armado com o regime há já mais de um mês, após as forças de segurança líbias terem reprimido as primeiras manifestações contra o coronel, a 15 de Fevereiro. Aquele responsável militar relatou ainda que um caça francês destruiu na noite de ontem uma bateria de artilharia líbia perto de Ajdabiya – na frente oriental de batalha, a uns 160 quilómetros para sul de Bengasi – , um dia depois do ataque contra a base “histórica” do regime líbio de Al-Joufra, a segunda maior do país, onde foram “destruídos depósitos de munições, instalações de manutenção militar e também o centro de comando [das forças de Khadafi]". Guillaud reiterou ainda naquela entrevista a ideia – mantida já ao longo dos últimos dias pelos aliados – que o espaço aéreo líbio está já “sob controlo”, impedindo assim que as forças de Khadafi bombardeiem as cidades que se encontram nas mãos dos rebeldes. “Provámo-lo ontem”, sustentou, exemplificando com o abate de um avião do regime dez minutos apenas depois de ter descolado dos arredores de Misurata para atacar aquela mesma cidade, posição isolada da rebelião no oeste da Líbia. A juntarem-se aos aliados ocidentais que mantiveram as operações ao longo destes últimos seis dias, os Emirados Árabes Unidos anunciaram hoje que vão enviar 12 aviões – seis F-16 e seis Mirage – para participarem, “já nos próximos dias”, nas patrulhas da zona de exclusão aérea imposta ao regime líbio. Nesta declaração foi frisado que aqueles aviões são uma extensão das “operações humanitárias” que o país tem em curso na Líbia. Entre os países árabes, o Qatar tinha já contribuído com dois caças e dois aviões de transporte militar para a missão das Nações Unidas. União Africana em reunião sem representantes dos rebeldes líbiosCom olhos postos na tentativa de negociar uma solução para a crise na Líbia, a União Africana (UA) está hoje reunida em Addis Abeba, numa sessão em que participa uma delegação enviada pelo regime de Khadafi – mas nenhum representante dos rebeldes, foi constatado pelo correspondente da AFP na capital etíope. “A situação é de uma gravidade extrema, tanto para a Líbia como para a região no seu todo”, frisou à entrada para o encontro o presidente da Comissão da UA, Jean Ping, dando conta que a reunião visa “possibilitar uma troca de pontos de vista orientados para a acção sobre a situação na Líbia e encontrar vias e meios para uma saída rápida desta crise”.
REFERÊNCIAS:
Entidades NATO UA