Juiz federal admite 15 anos de prisão para Renato Seabra
MINORIA(S): Homossexuais Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-03-28
SUMÁRIO: “A minha previsão é que estão a negociar 15 anos, talvez 20. Se houver julgamento com júri, ele é capaz de receber uma sentença mais dura.” O juiz do Tribunal Federal de Maryland nos Estados Unidos, Peter J. Messitte, acredita que a Procuradoria de Nova Iorque e o advogado de Renato Seabra estão a negociar um acordo.
TEXTO: “Os indícios estabelecem culpabilidade do sujeito. Não se pode ignorar o casal que chegou junto, que estava no mesmo quarto, as palavras do Renato, a relação íntima dos dois, o corpo sangrento, o ADN. É pouco provável que seja inocente”, disse Messitte. O juiz federal, que fala fluentemente português graças aos anos de vivência no Brasil, está em Portugal para um ciclo de conferências sobre o sistema judicial norte-americano. A primeira palestra que dá no Porto, nas instalações do curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto, intitulada “Os Media e o Sistema Judicial nos EUA”, utiliza o caso de Renato Seabra para explicar o funcionamento do sistema judicial norte-americano e contrastar com o português. “Mais de 90% dos casos acaba em acordo. É bem provável que o juiz vá excluir a confissão, mas não importa porque vai ser difícil para ele escapar às consequências. ” O advogado de Renato Seabra apresentou uma moção que visa anular o depoimento prestado pelo jovem à polícia pois, na óptica da defesa, foi feito sem advogado e em condições psicológicas debilitadas, sendo por isso ilegal. “Provas ilegalmente obtidas serão excluídas”, diz Peter Messitte. O juiz considera, no entanto, a hipótese de insanidade mental. “Ele disse coisas estranhas como querer “livrar-se dos demónios homossexuais”. Provavelmente está a ter uma crise de identidade sexual. Pode ser questão de insanidade. ” Alegar insanidade temporária quereria dizer que, naquele momento, “Renato não sabia distinguir o bem do mal”. Para Peter Messitte, isto pode acarretar um risco ainda maior pois “a doença mental aliada ao facto de ser um perigo para a sociedade podem fazer com que a sentença seja maior do que sem a alegação de insanidade. ”Renato Seabra encontra-se detido em Nova Iorque desde o passado dia 7 de Janeiro, data em que, de acordo com a acusação, terá morto no Hotel Intercontinental o cronista social Carlos Castro, com quem viajara até à cidade. Notícia corrigida em 29. 03. 2011, às 10h58
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA