Zapatero põe fim à incerteza e diz que não será candidato em 2012
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-04-02
SUMÁRIO: O presidente do Governo espanhol e secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), José Luís Rodriguez Zapatero, anunciou hoje, na reunião do comité federal celebrada na capital espanhola, que não se recandidata às próximas eleições legislativas previstas para Março de 2012.
TEXTO: Perante o máximo órgão da direcção dos socialistas de Espanha, Rodriguez Zapatero revelou que o seu objectivo é cumprir até ao fim a actual legislatura, e apontou o caminho: depois das eleições regionais e municipais de 22 de Maio, o PSOE terá primárias para a sua liderança. Na linha da frente para a sua sucessão estão Alfredo Pérez Rubalcaba que actualmente acomula os cargos de ministro do Interior, vice-presidente primeiro do Governo e ministro porta-voz, e Carme Chacón, a ministra da Defesa, a primeira mulher que em Espanha ocupou uma pasta tradicionalmente reservada a homens “Quero pôr fim à incerteza que nos podia desviar das reformas, da recuperação económica e da criação de emprego”. Foi desta forma que Zapatero justificou o anúncio. Ao contrário do anterior presidente do Executivo, José Maria Aznar, que fixara em duas legislaturas – oito anos – o seu tempo à frente do Governo e do Partido Popular (PP), o líder socialista nunca referira um prazo. Ontem admitiu “que desde há sete anos considerava duas legislaturas um prazo razoável”. “O Governo a governar, o partido a apoiar os candidatos [às eleições de Maio] e as reformas”, foi o lema que Rodriguez Zapatero deixou aos seus. Estes anotaram a “generosidade do pouco apego ao poder” e respiraram de alívio. Não só o debate sucessório estava a contaminar a actividade política do gabinete socialista e do PSOE, como a indefinição sobre a candidatura do líder a um terceiro mandato colocava “à beira de um ataque de nervos” os candidatos às eleições regionais e municipais. Apesar de uma liderança incontestada, sem críticas ou reparos internos, a marca “ZP” – acrónimo do nome de Zapatero utilizado nos cartazes das últimas legislativas -, já não funciona. A crise que o Executivo ignorou durante dois anos para, a partir de Maio de 2010 mudar as suas opções económicas, colocou o PSOE a mais de dez pontos de distância do actual líder das sondagens, o Partido Popular (PP). Candidatos em situação difícil, como os presidentes de Castela-la-Mancha e Extremadura, respectivamente José Maria Barreda e Guillermo Fernández Vara, que tentam a reeleição, confessaram que as suas campanhas seriam mais profícuas se Zapatero não se voltasse a candidatar. Só assim, estes “barões” admitiam a possibilidade de não serem penalizados pelo eleitorado pela gestão do Governo de Espanha. Um raciocínio comum a outros candidatos. Hoje, Zapatero reiterou que vai terminar a legislatura para completar as reformas: implementação da nova lei laboral, revisão da contratação colectiva separando aumento de salários da subida da inflação, que deverá estar aprovada em meados deste mês, e conclusão da reforma do sistema bancário. Um objectivo que o líder socialista considera imune ao resultado das eleições de Maio próximo, pelo que anunciou ter iniciado já contactos com outros partidos para a aprovação do Orçamento de Estado de 2012.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens lei ataque mulher