Teólogos admitem discutir fim do celibato
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Homossexuais Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-04-03
SUMÁRIO: O manifesto de teólogos alemães por uma renovação na Igreja Católica, que defende o fim do celibato obrigatório, continua a somar apoiantes. Em Portugal defende-se que a discussão dos assuntos pode ser feita, mas, ressalvam os teólogos, sem uma mudança obrigatória.
TEXTO: O manifesto Igreja 2011: Uma renovação indispensável foi divulgado por teólogos alemães no início de Fevereiro e suscitou uma grande discussão em todo o mundo. O documento fala da "crise profunda" que atravessa a Igreja Católica e pede o fim do celibato obrigatório, "mulheres em serviço eclesial" e a "não exclusão das pessoas que vivem responsavelmente o amor numa relação homossexual". À Lusa, o padre Jacinto Farias apontou que "estes manifestos têm o valor que têm" e lembrou que "a posição da Igreja é muita clara" em relação ao celibato. Assume que não assinaria o manifesto, mas não se mostra contra que a Igreja Católica discuta a obrigatoriedade do celibato dos sacerdotes nas mais altas instâncias. "Que se continue a discutir, tudo bem, o que não significa que o pensar da Igreja se vá alterar só porque grupos de cristãos são contra qualquer coisa. A igreja tem um pensamento que foi criando ao longo dos séculos em conformidade com aquilo que é o Evangelho e é constante". Já o padre Peter Stilwell lembra que a ordenação de homens casados poderá ajudar a garantir o funcionamento da Igreja do ponto de vista dos sacramentos. "A maior parte dos sacramentos só pode ser celebrada por bispos ou padres e a redução do número de padres nalguns países significa que algumas comunidades se vêem limitadas na celebração dos seus sacramentos e a argumentação teológica vai no sentido de saber até que ponto uma questão de disciplina se deve sobrepor ao direito que as comunidades têm de viver e celebrar os sacramentos", defendeu. Para o teólogo João Duque, a crise do Cristianismo não é uma crise de vocações, mas de crentes. Por isso, a questão do celibato "não traria grande acrescento à questão do entusiasmo maior ou menor dos europeus em relação à Igreja Católica". Na sua opinião, qualquer mudança nesta matéria implica "um consenso muito alargado, porque se vai alterar uma disciplina de séculos".
REFERÊNCIAS:
Religiões Cristianismo