Queda de Gbagbo "está iminente" na Costa do Marfim
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DATA: 2011-04-05
SUMÁRIO: O regime de Laurent Gbagbo está a viver as suas últimas horas, segundo o governo francês. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Alain Juppé, disse ao início da tarde que “está iminente” a rendição do Presidente cessante e que estão em curso negociações com vista à sua deposição.
TEXTO: O primeiro-ministro francês, François Fillon, declarou que “dois generais próximos de Gbagbo “estão neste momento a negociar as condições da sua rendição”. A França está “a dois dedos” de convencer o antigo Presidente a ceder o poder ao seu legítimo sucessor Alassane Ouattara, acrescentou Juppé. Horas antes, o chefe de Estado Maior do Exército leal ao Presidente cessante da Costa do Marfim já tinha anunicidado à AFP que as suas tropas "pararam os combates" e pediram um cessar-fogo às forças das Nações Unidas. "Após o bombardeamento pelas forças francesas de algumas das nossas posições e de certos pontos estratégicos da cidade de Abidjan, parámos os combates e pedimos um cessar-fogo ao comandante geral da ONUCI, [Missão da ONU na Costa do Marfim] ", disse à AFP o general Philippe Mangou. O cessar-fogo deve permitir "proteger as populações, os militares, a Guarda Republicana encarregue da segurança do Presidente da República, do Presidente da República e da sua família, e dos membros do Governo" do seu primeiro-ministro, Gilbert Aké N’gbo. "Pedimos à ONUCI para evitar que haja pilhagens e caça às bruxas", concluiu. O ministro dos Negócios Estrangeiros do Presidente cessante da Costa do Marfim tinha-se anteriormente refugiado na casa do embaixador da França, devido ao avanço das forças do Presidente eleito, Alassane Ouattara. A informação foi dada à AFP pelo próprio ministro Alcide Djédjéà, segundo o qual, ao contrário de informações anteriores, e apesar dos ataques dos seus opositores, o Presidente cessante, Laurent Gbagbo estaria ainda na sua residência. Notícias não confirmadas mais recentes dizem que Gbagbo poderá já estar refugiado num "bunker" depois da sua casa ter sido atacada. Com a ajuda dos ataques aéreos dos helicópteros da ONU e franceses (o Presidente francês Sarkozy autorizou ontem os seus militares presentes na Costa do Marfim a disparar contra as posições dos leais a Gbagbo), os apoiantes de Ouattara deram nas últimas 24 horas tudo por tudo para afastar Gbagbo. Durante a noite, atacaram quer o palácio quer a residência privada do Presidente cessante. Ouviram-se tiros e explosões de armamento pesado nas imediações do palácio de Abidjan, a capital económica do país. De acordo com a Reuters, estes foram os mais fortes confrontos registados na cidade desde que as forças de Ouattara entraram na cidade, há cinco dias. Testemunhos citados pela Reuters informam igualmente que houve nas últimas horas intensos combates perto do edifício da televisão pública e ardeu uma importante base das tropas de elite de Gbagbo, perto das duas principais pontes que ligam a cidade ao aeroporto. Paralelamente, Barack Obama reiterou o apelo já lançado pelos Estados Unidos a Gbagbo, durante uma conversação telefónica que teve com o seu homólogo do Gabão, Ali Bongo Ondimba. Os dois homens exprimiram as suas preocupações quanto à violência em curso na Costa do Marfim e falaram da necessidade de pôr fim à crise “o mais depressa possível”, sublinhou a Casa Branca em comunicado. “O Presidente Obama reiterou a sua convicção em como o antigo Presidente Gbagbo deverá respeitar a vontade do povo marfinense e cessar de reivindicar a presidência”, explicou ainda a presidência norte-americana. Barack Obama agradeceu igualmente a Ali Bongo Ondimba “pelo importante papel que o Gabão joga no seio do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, sublinhou ainda a Casa Branca. Mais de quatro meses após o início de uma crise pós-eleitoral que degenerou em clima de guerra civil, as forças da ONU e da França atacaram segunda-feira em Abidjan os últimos bastiões de Laurent Gbagbo, nomeadamente o seu palácio e a sua residência, justificando a acção com o mandato do Conselho de Segurança que autoriza a inutilização das armas pesadas contra civis pelas forças do Presidente cessante.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU