Autoridades pedem desculpa mas vão continuar a despejar água radioactiva para o oceano
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DATA: 2011-04-05
SUMÁRIO: Um responsável do Governo japonês pediu hoje desculpas pelo lançamento de milhares de toneladas de água radioactiva para o oceano, uma medida de emergência para tentar evitar o pior. Desde ontem já foram despejadas mais de 3400 toneladas de água para o Pacífico.
TEXTO: “A água contém um elevado nível de radiação”, disse hoje em conferência de imprensa o porta-voz do Governo, Yukio Edano. “É lamentável. Pedimos desculpas por esta decisão que tivemos de tomar”, disse, citado pela estação de televisão CNN. Numa outra conferência de imprensa, o ministro japonês da Indústria, Banri Kaieda, informou que o Governo vai tentar não lançar mais água radioactiva para o Pacífico. “Gostaríamos que fosse a última vez. ”Ontem, a Tepco (Tokyo Electric Power Company) começou a despejar para o oceano 11. 500 toneladas de água radioactiva, uma operação que durará cerca de uma semana e que pretende libertar tanques de armazenamento para guardar água ainda mais radioactiva que se tem vindo a acumular na central nuclear de Fukushima 1, especialmente no edifício do reactor 2. Segundo a agência de notícias Kyodo já foram lançadas 3430 toneladas de água com baixos níveis de radioactividade. Banri Kaieda pediu desculpas pelos receios sentidos pela população, especialmente pelos pescadores. Mas garantiu que a medida não coloca grandes riscos para a saúde. Ainda assim, o ministro Kaieda anunciou que ordenou um reforço à monitorização da radioactividade e ao impacto que terá no ecossistema marinho. Yukio Edano acrescentou que está em cima da mesa a ideia de instalar uma espécie de barreiras para evitar que a contaminação se espalhe demasiado e que o Governo nipónico já informou as autoridades internacionais responsáveis da operação de despejo de água radioactiva para o oceano. Por seu lado, o ministro da Agricultura, Michihiko Kano, revelou que pretende reforçar as inspecções ao pescado, em cooperação com os governos das províncias de Ibaraki e de Chiba. Esta medida de emergência é necessária para reduzir o risco de exposição à radioactividade dos funcionários que tentam recuperar o sistema de arrefecimento da central nuclear e facilitar o progresso dos trabalhos. A Coreia do Sul já disse hoje estar preocupada com o lançamento da água radioactiva para o oceano, noticiou a agência Yonhap, citando responsáveis do Ministério dos Negócios Estrangeiros. "É a proximidade entre os dois países que torna o lançamento desta água numa questão tão premente para nós", comentou um responsável, em anonimato. Esta fonte disse que ontem a embaixada da Coreia do Sul em Tóquio manifestou as suas preocupações ao Governo japonês, pedindo-lhe medidas para conter os efeitos da radiação nas águas. "Por enquanto, não temos padrões claros para determinar quão má será para nós" aquela medida, acrescentou. Concentração de iodo-131 estava 7, 5 milhões de vezes acima do máximo legalEntretanto, a Tepco tenta, desde sábado, estancar uma fuga de água altamente radioactiva para o oceano. Hoje, a empresa anunciou que amostras recolhidas no sábado, no mar perto daquele reactor, revelaram concentrações de iodo-131 acima do máximo legal 7, 5 milhões de vezes, noticiou a agência Kyodo. A empresa já usou cimento e materiais altamente absorventes para tentar bloquear a fuga mas não teve sucesso. Hoje começou a injectar silicato de sódio, também conhecido como “água de vidro”. O sismo e tsunami de 11 de Março fizeram parar o sistema de arrefecimento da central nuclear. Por isso, as autoridades lançaram toneladas de água sobre os reactores, para tentar impedir o aumento da temperatura e o sobre-aquecimento das barras de combustível.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave concentração espécie japonês