Artista chinês Ai Weiwei foi detido por “suspeita de crimes económicos”
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DATA: 2011-04-07
SUMÁRIO: O governo chinês explicou que a detenção do artista e activista Ai Weiwei se deve a “suspeita de crimes económicos”. Um dos mais famosos artistas chineses contemporâneos foi detido no domingo no aeroporto de Pequim. Várias vozes internacionais condenam o sucedido, defendendo que esta detenção está relacionada com razões políticas.
TEXTO: O Ministério das Relações Exteriores da China confirmou que as “autoridades estão a investigar Ai Weiwei de acordo com a lei, por suspeita de crimes económicos”. O porta-voz do ministério, Hong Lei - que não deu mais informações sobre o assunto, mas fez questão de sublinhar que o caso “não tem nada a ver com direitos humanos ou liberdade de expressão”. Contudo, a família do artista defende que ele é vítima inocente de uma “caça às bruxas”. A condenação por “crimes económicos é um absurdo, porque a forma como ele foi levado e desapareceu mostra que não é um caso desse género”, explicou a irmã mais velha de Weiwei, Gao Ge, por telefone à Reuters. O activista chinês não contactou a família desde que foi detido e a mãe afirma que as autoridades ainda “não comunicaram [à família] porque é que ele foi detido ou onde está”. Vários activistas dos direitos humanos e governos internacionais já vieram condenar a China pela detenção do activista. O dissidente chinês tem uma vasta carreira internacional no campo das artes, tendo sido um dos responsáveis pelo projecto do estádio dos Jogos Olímpicos de 2008 em Pequim conhecido por Ninho de Pássaro. É também activista, lutando contra a censura e restrições políticas do governo chinês. Entre as acções de protesto contam-se o apoio a Liu Xiaobo – dissidente chinês e Prémio Nobel da Paz em 2010 que se encontra actualmente preso - e a recolha de nomes de crianças soterradas após um terramoto na província de Sichuan em 2008: uma campanha online onde procurou expor a má construção das escolas devido a questões de corrupção. Ai Weiwei foi detido no domingo pelas autoridades chinesas, quando se preparava para apanhar um avião para Hong Kong. A detenção deu-se quando Weiwei passava pela zona da alfândega no aeroporto de Pequim. Um dos seus assistentes, que não quis ser identificado, disse aos jornalistas que o artista foi escoltado por dois funcionários, mas não ficou imediatamente claro se teria sido detido ou simplesmente impedido de embarcar. O jornal britânico "Guardian" explica que esta detenção do artista surge numa altura em que as autoridades chinesas estão a lançar uma operação contra activistas e dissidentes que os movimentos de defesa dos direitos humanos classificam como a pior da última década. Pelo menos 23 pessoas foram detidas e há cerca de uma dezena de desaparecidos, refere o jornal.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos lei humanos campo género chinês