Grupo de contacto para a Líbia quer discutir fundo para ajudar a rebelião contra Khadafi
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.2
DATA: 2011-04-13
SUMÁRIO: Os ministros dos Negócios dos Estrangeiros dos países que integram o grupo de contacto para a Líbia estão a discutir a possibilidade de criar um fundo de assistência financeira aos rebeldes cativando os bens congelados a várias figuras do regime do contestado líder Muammar Khadafi, foi revelado hoje por um responsável da delegação italiana à reunião de Doha.
TEXTO: “A questão do financiamento é crucial. Temos que ir buscar o dinheiro dos bens congelados. Esta é uma ideia que não apenas favorecemos mas a qual vamos também pressionar para a sua discussão”, explicou esta fonte do Ministério italiano dos Negócios Estrangeiros, precisando que a ideia é de criar “um programa de petróleo por alimentos similar ao do Iraque, a funcionar como um fundo que dirija algum do dinheiro dos bens congelados directamente para a rebelião”. A reunião de hoje no Qatar do chamado grupo de contacto conta com a participação de representantes do Conselho Nacional Líbio, a “cara política” dos rebeldes criada em Bengasi, na Líbia Oriental, com a ambição de se assumir como um governo provisório no país num cenário pós-Khadafi. A rebelião rejeitara na segunda-feira uma proposta de cessar-fogo avançada pela União Africana, argumentando que nenhum plano de paz pode avançar sem o prévio afastamento de Khadafi do poder, e pretende insistir hoje em Doha junto das potências internacionais sobre a necessidade de armarem a oposição – que, até agora, não deu quaisquer sinais de ser capaz de derrubar o autoritário regime líbio, mesmo com o apoio dos raides aéreos feitos pelos aliados da NATO desde o passado dia 19 de Março. Sobre esta possibilidade de armar a rebelião, a fonte da delegação diplomática italiana fez questão de frisar que “a resolução das Nações Unidas [1973, dando luz verde a “todas as medidas necessárias para proteger a vida de civis”] não permite que se armem os rebeldes, mas essa é uma decisão política que os estados membros [da aliança] podem tomar”. “A verdade é que não é possível chegar a nenhuma solução política enquanto Lhadagi estiver no poder”, avaliou aquele responsável do Governo italiano. Pouco antes, um representante dos rebeldes anunciara que o Conselho Nacional Líbio vai pedir em Doha aos governos dos aliados uma ajuda de cerca de 1, 5 mil milhões de dólares para dar resposta às necessidades da população civil nas regiões controladas pelos rebeldes. Deixou ainda a garantia de que o órgão político da rebelião oferece petróleo em troca de ajuda humanitária. O ex-chefe da diplomacia líbia Moussa Koussa, que muito recentemente renegou o regime de Khadafi – pouco após o início da intervenção militar dos aliados internacionais mandatados pelas Nações Unidas – deslocou-se também a Doha, com o propósito de se reunir com os líderes rebeldes, à margem do encontro do grupo de contacto. Mas essa hipótese para já afastada pela própria rebelião: “Não queremos falar com Moussa Koussa, por causa do que ele fez em termos de violações dos direitos humanos”, sustentou já esta manhã o porta-voz do Conselho Nacional Líbio, Mahmud Awad Shammam, citado pelas agências noticiosas.
REFERÊNCIAS:
Entidades NATO