Regime líbio sugere eleições após seis meses de cessar-fogo
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-04-20
SUMÁRIO: O ministro líbio dos Negócios Estrangeiros sugeriu hoje que o regime de Trípoli admite realizar eleições, supervisionadas pelas Nações Unidas, dentro de seis meses após que seja cumprido um cessar-fogo "efectivo" no conflito no país, que se arrasta desde meados de Fevereiro.
TEXTO: A haver uma suspensão das acções armadas – várias vezes declarada unilateralmente pelo regime líbio, antes e já depois do início dos raides aéreos da NATO, mas nunca cumprida no terreno – pode seguir-se um período de "talvez seis meses" para preparar o sufrágio, indicou Abdul Ati al-Obeidi, em declarações à BBC News. "Se houvesse um verdadeiro cessar-fogo e parassem os bombardeamentos [da NATO, iniciados há um mês sob mandato das Nações Unidas], podia abrir-se um diálogo entre todos os líbios sobre aquilo que querem: democracia, reformas políticas, eleições, a Constituição. Mas tal não pode ser feito com o que se está a passar”, sustentou o chefe da diplomacia líbia. Estas eleições seriam supervisionadas pelas Nações Unidas, conforme foi proposto no plano de paz e conciliação apresentado há um par de semanas pela União Africana, indicou ainda Al-Obeidi. Esta proposta da UA foi prontamente rejeitada pela rebelião que não aceita nenhuma hipótese de conversações sem que o contestado líder líbio Muammar Khadafi abandone antes o poder, o qual exerce já há mais de 40 anos. O ministro líbio sugeriu mesmo, nesta entrevista à BBC, que aquele sufrágio poderá dar resposta “a quaisquer que sejam as questões levantadas pelos líbios”, abrindo a porta a todos os cenários possíveis, incluindo o de definição do futuro do coronel como líder do regime na Líbia. Por outro lado, Al-Obeidi criticou veementemente o plano do Reino Unido, ontem divulgado, de enviar conselheiros “militares experimentados” para o bastião da rebelião, Bengasi. A presença de militares britânicos em Bengasi vai “prolongar” os combates e minar as hipóteses de uma solução pacífica para o conflito no país, estimou. “É um passo atrás", sustentou. O envio de “militares experimentados” para Bengasi – onde foi criado o Conselho Nacional de Transição líbio (CNT), como “cara política” da rebelião e ambições de se assumir como governo provisório num cenário pós-Khadafi – fora revelado ontem pelo ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, William Hague. A medida, argumentou então, está conforme aos princípios da resolução 1973 do Conselho de Segurança das Nações Unidas que permite o recurso “a todas as medidas necessárias para proteger vidas civis”, excluindo a de uma ocupação militar terrestre estrangeira da Líbia. Hague precisou que a equipa vai prestar apoio logístico e de informações ao movimento rebelde. “Não se envolverá no treino nem armamento das forças da oposição”, garantiu, nem mesmo no planeamento de operações militares terrestres. A BBC News avançava que a missão integra dez militares britânicos e outros tantos franceses, reiterando a notícia já na véspera avançada pelo diário britânico “The Guardian”, o qual dava conta que a equipa de conselheiros também integrava soldados da França (mas Paris ainda não o confirmou). Notícia actualizada às 11h15
REFERÊNCIAS:
Entidades NATO UA