China exige que Obama defenda investidores
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-04-20
SUMÁRIO: As autoridades japonesas garantiram toda a sua confiança aos títulos de dívida pública norte-americana, após a descida de notação pela agência Standard & Poor"s (S&P) na passada segunda-feira. Mas de imediato a China deu sinal de estar preocupada.
TEXTO: Uma curta e ambígua declaração do ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, se não chegou para abalar os mercados, deu o tom. A China já é o principal tomador de títulos de dívida dos Estados Unidos, a seguir ao Japão, com o investimento de 3 biliões (milhões de milhões) de dólares. "Esperamos que o Governo dos Estados Unidos adopte políticas responsáveis que salvaguardem os interesses dos investidores", afirmou aquele membro do Governo chinês, em reacção à descida da notação dos títulos de dívida pública norte-americana de "estável" para uma perspectiva "negativa", embora mantendo a avaliação máxima ("AAA"). Esta não foi, porém, a primeira vez. Em 1995/96, uma disputa entre o presidente Clinton e o presidente da Câmara de Representantes, Newt Gingrich, bloqueou o Governo. A agência Fitch colocou então os títulos em perspectiva negativa, de Novembro de 1995 até à Primavera seguinte, e a Moody"s fez o mesmo em Janeiro de 1996. Mas a mais recente decisão da S&P não deve ter apanhado o Governo chinês de surpresa. Já em Novembro passado, a agência de notação chinesa Dagong nem considerava os títulos norte-americanos como merecedores da nota mais alta ("AAA"). A sua notação era inferior ("AA") e, mesmo assim, a agência baixou-a então (para "A+"). Nessa altura, a agência Dagong justificou a descida com a política monetária dos Estados Unidos para combater a crise que iria conduzir a uma desvalorização do dólar, prejudicando os investidores. Anteontem, a justificação da S&P não foi de ordem económica. Tudo se deveu ao pessimismo da agência face a um eventual entendimento entre democratas e republicanos sobre um plano para reduzir o défice orçamental nos próximos anos. A Casa Branca recebeu mal a nota da S&P, qualificando-a de "julgamento político". Mas ambos os partidos acabaram por usá-la para combater o adversário político. Obama iniciou esta semana uma ronda de três dias pelos estados cruciais para a sua reeleição em 2012. Tem-se desmultiplicado em entrevistas a explicar o seu plano de redução do défice nos próximos 12 anos, de 4 biliões (milhões de milhões) de dólares. Uma proposta que vai impor cortes na Defesa e um aumento de impostos sobre o rendimento. Mas não foi apenas a Casa Branca a desvalorizar a nota. O anúncio provocou a descida dos índices bolsistas de segunda-feira, mas a sessão de ontem voltou a abrir em alta. Na Índia, o seu banco central não considerou ser motivo para uma diversificação de investimento. Ontem, o Prémio Nobel Paul Krugman relativizou a descida: "That"s no big deal", escreveu no seu blogue no New York Times. Em 2002 - lembrou - a mesma agência desceu a notação dos títulos de dívida pública japonesa e as taxas baixaram. "O aspecto que deverá ser sublinhado", continuou, "é que os Estados Unidos são perfeitamente capazes de gerir significativos défices orçamentais e manter as suas contas orçamentais em ordem. Apenas não o serão, se os partidos não conseguirem acordar em nenhum tipo de solução". "O que faremos às contas este ano ou no próximo é irrelevante. "
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave chinês