Partidos estão desatualizados e cumprem função pedagógica pior do que no passado, diz Marcelo
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento -0.35
DATA: 2011-04-25
SUMÁRIO: O ex-presidente do PSD Marcelo Rebelo de Sousa considerou hoje que os partidos políticos portugueses estão desactualizados, não acompanharam a evolução da sociedade portuguesa, e cumprem a sua função pedagógica pior do que no passado.
TEXTO: “Os partidos estão desactualizados. Os partidos, em muitos aspectos, não souberam acompanhar a mudança do país, actualizar-se, abrir-se à juventude, abrir-se ao papel da mulher, abrir-se aos emigrantes”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, no final da cerimónia comemorativa do 25 de Abril que hoje se realizou no Palácio de Belém. Questionado se os partidos não estão a cumprir o seu papel, o professor universitário de direito e comentador político respondeu: “No aspecto pedagógico, que é o aspecto de informar os portugueses e de formar os portugueses, estão a cumprir muito menos bem do que cumpriram há 30 anos ou há 20 anos”. Marcelo Rebelo de Sousa falava a propósito do discurso de Jorge Sampaio feito nesta cerimónia no Palácio de Belém, em que o antigo Presidente da República considerou que Portugal tem, “muito mais do que seria desejável, políticos que não estão à altura das responsabilidades” e “partidos políticos fechados, com poucas ideias e pouco debate”. “Jorge Sampaio criticou não só os partidos, foi os partidos, foi um bocadinho a passividade dos portugueses, foi o funcionamento das instituições, foi o alheamento dos cidadãos em relação à política” e “disse que também há políticos muito bons, foi cuidadoso”, observou Marcelo. No seu entender, no que respeita aos dirigentes políticos, a democracia portuguesa foi tendo, “como em tudo na vida, muito bom, bom, sofrível, mau e muito mau”. Marcelo Rebelo de Sousa preferiu colocar a questão no funcionamento dos partidos e não nos atores políticos. Por outro lado, congratulou-se com o facto de esta cerimónia comemorativa do 25 de Abril ter juntado o actual Presidente, Cavaco Silva, e os seus antecessores Jorge Sampaio, Mário Soares e Ramalho Eanes, e de todos terem apelado a mais entendimentos e a menos crispação entre os políticos. Na sua opinião, contudo, é “muito difícil” que isso aconteça na campanha eleitoral para as legislativas de 5 de Junho. “Os portugueses querem agora é resultado, que saia um Governo que resolva os problemas dos portugueses. Os portugueses, se pudessem abreviar a campanha eleitoral e votar daqui a 48 horas, votaram. É evidente que a campanha eleitoral é elucidativa, é esclarecedora, mas só é se as pessoas não se pegarem pessoalmente, não se chamarem nomes, se não se perder tempo com o que não é fundamental”, acrescentou.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave mulher