Newt Gingrich quer desafiar Obama em 2012 mas antes tem de convencer os republicanos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.225
DATA: 2011-05-11
SUMÁRIO: Quem é que Obama vai enfrentar nas presidenciais americanas de 2012? O nome na ponta da língua de uma maioria pode ser Donald Trump, mas isso é só porque o Partido Republicano não foi capaz de avançar uma alternativa credível a Obama.
TEXTO: Quem é que Obama vai enfrentar nas presidenciais americanas de 2012? O nome na ponta da língua de uma maioria pode ser Donald Trump, mas isso é só porque o Partido Republicano não foi capaz de avançar uma alternativa credível a Obama. O campo republicano está "dividido e fraco", disse recentemente o analista conservador Charles Krauthammer. Na quinta-feira, a Fox News transmitiu o primeiro debate presidencial republicano, mas com a morte de Osama bin Laden a dominar o noticiário qualquer americano será perdoado por não ter dado por isso. Até porque o debate se distinguiu mais por quem não estava (Donald Trump, Sarah Palin, Newt Gingrich, Mitt Romney, Mike Huckabee, Mitch Daniels, etc. ) do que por quem estava (à excepção de Ron Paul, um punhado de quase desconhecidos que, juntos, correspondem a menos de 8 por cento das intenções de voto de uma recente sondagem ao eleitorado republicano: Tim Pawlenty, Rick Santorum, Gary Johnson e Herman Cain). Tudo isso pode não passar de uma nota de rodapé a partir de hoje, com o anúncio da candidatura de Newt Gingrich. Ao contrário de boa parte dos potenciais candidatos republicanos, Gingrich é bem conhecido pelos americanos: sob a sua liderança, o Partido Republicano conquistou a sua primeira maioria no Congresso em 40 anos, em 1994; enquanto speaker da Câmara dos Representantes nos anos seguintes, desenvolveu uma oposição feroz à presidência de Bill Clinton, adoptando uma postura de não-compromisso que resultou, entre outras coisas, num government shutdown (paralisação do governo) de má memória; qualquer pessoa que se lembre dos anos 90 sabe que ele pediu a cabeça de Clinton por causa do escândalo Monica Lewinsky - pouco depois, tornou-se público que o próprio Gingrich estava a ter um caso extramatrimonial com uma assessora do Congresso. O que não acabou com a sua carreira política: aos 67 anos, Gingrich é hoje um dos mais influentes e conhecidos rostos do Partido Republicano. Nos últimos anos criou uma teia de organizações destinadas a recolher fundos para defender causas conservadoras (entre elas, a privatização da Segurança Social ou a obrigatoriedade de ensinar a Declaração da Independência nas escolas públicas), treinar candidatos locais e financiar as deslocações de Gingrich pelo país (que custaram 3, 6 milhões de dólares entre 2009 e 2010, em grande parte para pagar o aluguer de jactos privados, segundo o Wall Street Journal). Graças a esta rede, Gingrich não deverá ter dificuldade em recolher dinheiro para a sua campanha presidencial. E até os seus críticos reconhecem que poderá chegar bem longe na corrida, dada a sua inteligência e "pensamento criativo". Mas será que tem o que é preciso para criar consenso no partido em torno da sua candidatura? Se no final de uma campanha presidencial, os americanos acabam por premiar sobretudo o carácter de um candidato, o maior desafio para Gingrich será ter de lidar em público com o seu complicado passado - em particular, um historial de adultério e dois divórcios (a sua primeira mulher diz que ele a visitou no hospital em 1980, quando recuperava de um tratamento para o cancro, para pedir o divórcio). A assessora, 22 anos mais nova, com quem traiu o seu segundo casamento, é hoje sua mulher. Segundo o New York Times, Callista Gongrich assumirá um papel central na candidatura presidencial, como uma espécie de testemunha da redenção do marido. Gingrich tem procurado apresentar-se como um homem de família que abraçou a religião. Gingrich converteu-se ao catolicismo em 2009 e diz que pediu perdão a Deus. A direita conservadora e ultra-religiosa pode ser mais dura de convencer (Jon Stewart e Stephen Colbert, que têm feito várias referências aos adultérios de Gingrich nos seus programas de comédia, também).
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte campo mulher homem social espécie casamento adultério divórcio