Paquistão deverá permitir aos EUA interrogar mulheres de Bin Laden
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 12 | Sentimento -0.1
DATA: 2011-05-11
SUMÁRIO: As autoridades paquistanesas deverão permitir aos Estados Unidos interrogar as três mulheres de Bin Laden detidas na casa onde o líder da Al-Qaeda foi morto, na semana passada. Essa autorização poderá atenuar a tensão entre os dois países.
TEXTO: Islamabad deverá permitir que as autoridades norte-americanas interroguem as três viúvas de Bin Laden, duas mulheres sauditas e uma iemenita, que foram detidas na casa em Abbottabad onde Bin Laden foi morto pelas forças especiais norte-americanas, segundo um responsável norte-americano citado pela estação de televisão Al-Jazira. “Os paquistaneses parecem pretender disponibilizar esse acesso”, garantiu o responsável próximo da Administração de Obama que não foi identificado. Em Islamabad, no entanto, fontes do Governo garantiram à estação do Qatar que nenhuma decisão foi ainda tomada e uma porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros paquistanês, Tehmina Janjua, adiantou mesmo à AFP que “não foi recebido qualquer pedido formal [dos EUA] nesse sentido”, tal como também não foi recebido por parte do Iémen e da Arábia Saudita qualquer pedido de extradição das mulheres de Bin Laden. Os Estados Unidos esperam ter acesso “em breve” à família do líder da Al-Qaeda, confirmou à agência francesa um responsável da Administração norte-americana. Esse acesso poderá contribuir para atenuar a tensão entre os dois países numa altura em que se tem questionado como foi possível o líder da Al-Qaeda viver cinco anos numa cidade que fica a pouco mais de 50 quilómetros da capital paquistanesa e junto a uma academia militar. O primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Raza Gilani, considerou nesta segunda-feira “absurdas” as suspeitas de que o Exército e os serviços secretos paquistaneses tenham encoberto a presença de Bin Laden, depois de o Presidente norte-americano Barack Obama ter dito que o líder da Al-Qaeda terá tido “algum tipo de rede de apoio”. Gilani admitiu o “fracasso” dos serviços de informações paquistaneses e anunciou a abertura de um inquérito para determinar as circunstâncias que tornaram possível a Bin Laden viver tanto tempo em Abbottabad, mas rejeitou quaisquer outras acusações. Para os EUA, o acesso às mulheres de Bin Laden e a outras informações recolhidas no local são fundamentais. “Estamos obviamente muito interessados em ter acesso às três mulheres, bem como à informação e ao material que os paquistaneses recolheram depois de as forças norte-americanas deixarem o local”, sublinhou em conferência de imprensa o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, que salientou a necessidade de manter a cooperação com o Paquistão no combate ao terrorismo. “Acreditamos que é muito importante manter a cooperação com Paquistão precisamente porque isso é do nosso interesse nacional”, adiantou. EUA estavam prontos para enfrentar forças paquistanesasNas primeiras horas após o ataque à casa de Bin Laden as autoridades admitiram que as forças paquistanesas não foram informadas sobre a operação por receios de fuga de informação. Aliás, o facto de as forças especiais norte-americanas terem entrado em território paquistanês tem sido criticado por Islamabad, e agora os EUA admitiram também que estavam a postos para enfrentar as forças paquistaneses caso tivesse sido necessário. Barack Obama chegou a dar ordem para uma resposta militar contra as forças paquistanesas no caso de estas reagirem durante a operação, adiantou hoje o “The New York Times”. A possibilidade de confrontos foi ponderada e levou a que fossem mobilizados dois helicópteros para proteger as forças especiais que participaram na operação na mansão em Abbottabad, adiantou o diário norte-americano a partir de fontes militares e do Governo norte-americano que pediram anonimato. Um desses responsáveis adiantou que “devido às dificuldades actuais com o Paquistão, o Presidente [Obama] não quis correr qualquer risco”.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA