Zapatero: “O terramoto foi forte, mas este país é-o mais”
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.466
DATA: 2011-05-13
SUMÁRIO: O chefe do Executivo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, ressalvou hoje, durante as cerimónias fúnebres das vítimas dos sismos de anteontem em Lorca, que “O terramoto foi forte, mas este país é-o mais”.
TEXTO: Zapatero ressalvou que “a coordenação e a unidade de acção entre todas as administrações está a ser exemplar” e afirmou que esse espírito “deveria ser um exemplo” em todas as circunstâncias vividas no país. “Tenho a convicção que vamos superar este desafio”, disse ainda Zapatero, ladeado durante o discurso pelo presidente da região de Múrcia e pelo presidente da câmara de Lorca. “O terramoto foi duro, mas este país é ainda mais forte”, proclamou, durante uma breve visita à zona mais afectada da cidade. Cerca de 6000 pessoas dormiram esta noite fora de suas casas, alojadas nos cinco acampamentos erguidos na localidade de Lorca, atingido anteontem por dois sismos de magnitudes 4, 4 e 5, 2 na escala de Richter. A maioria das pessoas que dormiu fora de casa pertence à grande comunidade de imigrantes da cidade, uma vez que não têm familiares em cujas casas se possam instalar. Mas muitas pessoas também preferiram dormir ao relento com medo de novos abalos. As autoridades de Múrcia informaram que a Cruz Vermelha disponibilizou ontem à noite 4500 camas, ao passo que a Unidade Militar de Emergências espanhola disponibilizou cerca de 1300. O bispo de Cartagena celebra hoje o funeral das vítimas dos abalos, uma cerimónia que conta igualmente com a presença dos príncipes das Astúrias. O funeral está a ser transmitido em directo pela TVE. Entretanto a cidade tenta voltar à normalidade, levando a cabo perícias técnicas aos edifícios para indicar quais estão habitáveis e quais não reúnem condições para albergar pessoas. Dezenas de arquitectos vistoriaram, um por um, os imóveis mais danificados da zona antiga da cidade e concluíram que 17 por cento dos 524 edifícios avaliados apresentam danos irreparáveis na sua estrutura, devendo ser demolidos. A estes é preciso somar 38 por cento que sofrem danos menos importantes mas que não poderão ser ocupados antes de sofrerem trabalhos de reparação. Isto supõe que milhares de pessoas estão momentaneamente sem habitação. Durante o dia de ontem, os técnicos analisaram 44 por cento do total do parque habitacional da cidade, segundo o conselheiro murciano das Obras Públicas, José Ballesta. Às oito vítimas de quarta-feira, ontem somou-se uma nona (e há ainda uma décima, se contarmos com um bebé por nascer). Tratou-se de María Dolores Montiel Sánchez, de 41 anos. Tinha ficado ferida e estava internada no Hospital Virgen de la Arrixaca, em Múrcia, mas acabou por não resistir aos ferimentos. Os outros mortos são Antonia Sánchez, que morreu na queda de um edifício no bairro de La Viña; Juana Canales (50 anos), ferida por destroços que lhe caíram em cima quando saia do cabeleireiro, no bairro de San Diego; Emilia Moreno, de 22 anos e grávida de oito meses; o empresário Rafael Mateos (50), Juan Salinas, Domingo García e Pedro José Rubio, de acordo com fontes dos serviços de emergência de Múrcia. Morreu ainda uma criança de 13 anos, Raúl Guerrero, que foi atingido pelos destroços do edifício onde estava instalado o bar do seu avô, no bairro de La Viña. Os dois sismos causaram ainda 293 feridos, 41 dos quais permaneciam hospitalizados durante o dia de ontem, três dos quais em estado grave. Notícia actualizada às 10h20
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave comunidade criança medo