Denúncias de casos antigos de agressão sexual contra Strauss-Kahn
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.3
DATA: 2011-05-17
SUMÁRIO: Com o estalar do escândalo em Nova Iorque contra o já afastado director do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, outras denúncias de agressões anteriores começam a vir à superfície. É o caso da escritora francesa Tristane Banon, cujo advogado, David Koubbi, revelou que a sua cliente está a ponderar interpor uma queixa contra o economista francês por uma alegada agressão sexual cometida contra ela há quase uma década.
TEXTO: Segundo Banon, o antigo ministro das Finanças tê-la-á assediado sexualmente quando esta o foi entrevistar, em 2002, num apartamento, tinha então 22 anos. A escritora não apresentou queixa, seguindo o conselho que lhe foi dado pela mãe, Anne Mansouret, membro do Partido Socialista, sendo Strauss-Kahn amigo da família, é avançado pela agência noticiosa britânica Reuters. Numa entrevista dada por Banon em 2007 a um programa de televisão francês, a escritora descreve que se reunira com Strauss-Kahn para um livro de entrevistas com figuras de topo na França sob o tema “os maiores erros que cometeram”. Nesse encontro, conta Banon, o economista insistiu em pegar-lhe na mão e assediou-a, comportando-se como “um chimpanzé com o cio. “Acabou mesmo muito mal. Acabámos à luta. Acabou de forma muito violenta. Não foram só umas estaladas. Tive que lhe dar uns pontapés. Ele abriu-me o soutien, tentou abrir-me o fecho das calças”. Um “calcanhar de Aquiles”Ontem mesmo, de resto, Mansouret aludira a este caso numa entrevista na televisão estatal francesa, afirmando que a filha tinha sido vítima de uma tentativa de agressão sexual por parte de Strauss-Kahn mas não apresentara queixa à polícia. Nestas declarações, Mansouret avaliou que o economista tem “uma espécie de vício, uma dificuldade em controlar os seus impulsos, o que constitui um problema” e descreveu que a “atitude predadora” do chefe do FMI em relação às mulheres é “uma espécie de violência”. Ao abrigo da lei francesa, as acusações por agressão sexual prescrevem caso não sejam formalmente interpostas num prazo de três anos, mas o crime de tentativa de violação pode ser levado a julgamento dentro de um prazo de dez anos após a data da alegada agressão ter sido cometida. Strauss-Kahn sobrevivera incólume há dois anos a uma indiscrição sexual, num suposto caso extraconjugal com a húngara Piroska Nagy, então sua subordinada no FMI. O economista foi chamado à atenção, no seio do FMI, pelo seu “grave erro de julgamento” e o caso, mais de natureza de nepotismo e abuso de poder do que de crime sexual, foi então rapidamente digerido e esquecido pelos media. O antigo conselheiro para a comunicação do Presidente francês Nicolas Sarkozy descreveu as reacções de espanto causadas pela detenção de Strauss-Khan como “pura hipocrisia”. “Toda a gente em Paris sabe há anos que ele tem um problema. Já nem havia muitas jornalistas que aceitassem entrevistá-lo estando sozinhas”, afirmou Thierry Saussez, citado pelo diário britânico “The Guardian”. Este comportamento sexual de Strauss-Kahn – que nas redacções dos jornais franceses lhe valeu a alcunha “Chaud Lapin” (jargão para alguém que gosta muito de sexo) – evocou amiúde dúvidas e questões sobre a sua reputação de mulherengo, mas, na tradição dos media em França, foi aqui seguida a posição de protecção da intimidade dos políticos. Há um mês apenas, porém, segundo o diário “Libération”, Strauss-Khan abordou ele próprio perante os jornalistas esta questão, identificada como um “calcanhar de Aquiles” nas suas pretensões a uma candidatura presidencial em 2012: “Sim gosto das mulheres. . . e então?”
REFERÊNCIAS: